Brasília – Os gastos de brasileiros no exterior registraram novo recorde em maio. De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta terça-feira (24), no mês passado essas despesas chegaram a US$ 2,266 bilhões, o maior resultado para o período já verificado pelo BC. Em maio de 2013, os gastos somaram US$ 2,221 bilhões.
De janeiro a maio, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior chegaram a US$ 10,484 bilhões, acima dos US$ 10,301 bilhões registrados no mesmo período de 2013.
As receitas deixadas por estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 531 milhões em maio de 2014, contra US$ 522 milhões no mesmo mês do ano passado. De janeiro a maio, essas receitas chegaram a US$ 2,849 bilhões, contra US$ 3,027 bilhões nos cinco primeiros meses de 2013.
Com estes resultados, o saldo negativo da conta de viagens ficou em US$ 7,635 bilhões de janeiro a maio e em US$ 1,735 bilhão somente no mês passado. O BC informou que revisou a projeção para o déficit em viagens internacionais este ano de US$ 18,5 bilhões para US$ 18 bilhões.
Na seara das transações correntes, o BC manteve projeção de déficit em US$ 80 bilhões este ano. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o saldo negativo deve ficar em 3,47%, contra 3,59% previstos anteriormente. O banco faz revisões nas projeções trimestralmente.
A estimativa para o saldo da balança comercial (exportações e importações) neste ano caiu de US$ 8 bilhões para US$ 5 bilhões. Já a previsão para o déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) foi reduzida de US$ 51,2 bilhões para US$ 47,6 bilhões.
Para a conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) foi mantida a estimativa de saldo negativo de US$ 39,9 bilhões.
A previsão para o ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o País faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) foi ajustada de US$ 3,1 bilhões para US$ 2,5 bilhões.
Déficit
De janeiro a maio, o déficit em transações correntes ficou em US$ 40,074 bilhões, contra US$ 39,295 bilhões em igual período de 2013. Esse saldo corresponde a 4,26% do PIB.
Quando o País tem déficit em conta-corrente é preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento estrangeiro direto (IED) é considerado a melhor forma de financiar, por ser de longo prazo.
Entretanto, o BC não espera que este ano o IED financie todo o saldo negativo. A projeção para 2014 é que os investimentos estrangeiros diretos cheguem a US$ 63 bilhões, a mesma estimativa anterior. Em relação ao PIB, o IED deve ficar em 2,73%, contra 2,83% previstos anteriormente. Nos cinco meses deste ano, o IED chegou a US$ 25,34 bilhões.
A previsão do BC para o investimento estrangeiro em ações negociadas no Brasil e no exterior é US$ 12 bilhões, contra US$ 5 bilhões previstos anteriormente. Para o investimento em títulos negociados no País, a estimativa é de US$ 18 bilhões, ante projeção anterior de US$ 15 bilhões.