São Paulo – Mais duas nações anunciaram na quarta-feira (23) a suspensão das importações de carne bovina brasileira. Catar e Bielorrússia se juntaram a dez países que restringiram a compra do produto desde que o Brasil revelou, em dezembro de 2012, que uma fêmea contaminada pelo agente causador do mal da vaca louca morreu em 2010, mas de outras causas.
O Brasil já afirmou que está oferecendo esclarecimentos aos importadores e nos dias 26 e 27 de janeiro uma missão do Ministério da Agricultura irá a Teerã, no Irã, para oferecer as explicações exigidas pelo país, que não embargou o produto brasileiro.
Segundo nota do Ministério da Agricultura, a missão brasileira irá se reunir com diretores de saúde animal e com técnicos sanitários do Irã, que pediu esclarecimentos sobre o caso de uma vaca do rebanho do Paraná que tinha o agente causador da encefalopatia espongiforme bovina (EEP). No entanto, o animal morreu sem desenvolver a doença e o caso foi considerado como “não clássico”.
Na quarta-feira, contudo, o Catar e a Bielorrússia também anunciaram a suspensão temporária da importação de carne bovina do Brasil. Além destes dois países, Japão, China, Coreia do Sul, África do Sul, Arábia Saudita, Taiwan e Peru deixaram de importar carne de todos os lugares do Brasil. Líbano e Jordânia suspenderam as compras de carne proveniente do Paraná e o Chile deixou de comprar apenas farinha de carne e de osso.
Ainda de acordo com a nota do Ministério da Agricultura, as importações destes países representam 5% do total que o Brasil exporta do produto. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os embarques de carne brasileira até a terceira semana de janeiro foram 47,5% maiores do que no mesmo período de 2011.
De 04 a 08 de fevereiro, técnicos do Ministério da Agricultura participarão de uma reunião do comitê científico da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, funcionários do Ministério da Agricultura deverão também visitar a Arábia Saudita e a China depois da reunião em Paris, para prestar esclarecimentos sobre o caso. O Ministério da Agricultura, contudo, não confirma estes dois últimos encontros.