Da Agência CNI
Fortaleza – As exportações do setor têxtil do Ceará fecharam 2006 com um crescimento de apenas 0,4% em relação a 2005. O valor embarcado para o exterior de janeiro a novembro de 2006 foi de US$ 114,5 milhões, informa o Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Conforme o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra Neto, a desvalorização do dólar frente ao real e a concorrência com os produtos chineses e indianos são os principais obstáculos às exportações de têxteis. Ele alerta que as dificuldades encontradas no mercado externo podem fazer com que o empresariado volte os investimentos ao mercado interno.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções), José Moreira Sobrinho, o mercado interno absorveu a produção do setor em 2006, porque não havia motivação para exportar.
Neste ano, sem Copa do Mundo ou eleições, motivos que, segundo Moreira, atrapalharam o comércio interno em 2006, as confecções devem ganhar novo fôlego. Além disso, com a redução da carga tributária anunciada em 2006, a perspectiva do Sindconfecções é retomar a competitividade. "Esperamos recuperar a competitividade interna, mas lá fora depende do câmbio e a gente não tem nenhuma perspectiva nessa área", afirma Moreira.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Indústria Têxtil (Sinditêxtil), Iran Ribeiro, a disposição dos empresários de investir no mercado interno pode ser uma boa notícia para os consumidores. Isso porque, com mais produtos no mercado, os preços da mercadoria podem cair. A redução dos preços também poder ser estimulada pela entrada de produtos chineses no mercado nacional.