São Paulo – O Egito é um dos destinos turísticos mais populares do mundo, e não sem razão. O país oferece ao visitante uma janela para mais de cinco mil anos de história e para diferentes civilizações que se estabeleceram nas margens férteis do Rio Nilo. Nos próximos parágrafos, o leitor poderá saber um pouco mais sobre o Cairo, capital do país e sua síntese.
Giza
O Platô de Giza, nas imediações da capital, é um dos pontos turísticos mais conhecidos do mundo e precisa ser visitado, principalmente por quem vai ao Egito pela primeira vez. É lá que estão as grandes pirâmides de Queops, Quefren e Miquerinos. Construídas há 4,5 mil anos, as gigantescas edificações são as únicas das Sete Maravilhas do Mundo Antigo ainda de pé.
Até hoje os monumentos assombram. Para se ter uma ideia, a mais antiga e a maior delas, a de Queops, era a mais alta estrutura feita pelo homem até a Torre Eiffel ser erguida, em Paris, no final do século 19.
Ver as pirâmides pela primeira vez é capaz de emocionar e em Giza há muito mais: a Esfinge, túmulos de rainhas, nobres e altos funcionários e até o barco de madeira que, acredita-se, levou o corpo do próprio Queops em seu cortejo funerário pelo Nilo.
Saqqara e Dahshur
No Reino Antigo, quando governaram os construtores das grandes pirâmides, a capital do Egito era Memphis, localizada nas proximidades do Cairo moderno. Do outro lado do Nilo, no oeste, está Saqqara, a necrópole da antiga cidade real e, desde o século 19, um verdadeiro manancial de descobertas arqueológicas.
Lá está a pirâmide em degraus do faraó Zoser, considerada a primeira do Egito. A área e um verdadeiro jardim de pirâmides e túmulos. Algumas dessas ruínas guardam relevos e pinturas impressionantes, com destaque para cenas da vida cotidiana, como na Mastaba de Ti, e os chamados Textos das Pirâmides, hieróglifos pintados por todos os lados nas pirâmides de Unas e de Teti.
Nas redondezas de Saqqara há Dahshur, onde está a Pirâmide Vermelha, construída pelo Faraó Sneferu, pai de Queops. Ela é considerada a primeira pirâmide “verdadeira” do país, ou seja, com arestas retas. Uma curiosidade: Sneferu foi, provavelmente, o mais profícuo construtor de pirâmides, pois fez várias tentativas antes de chegar ao desenho certo. Uma delas, a Pirâmide Torta, pode ser vista também em Dahshur.
Museu do Cairo
O Museu do Cairo, por seu tamanho, número de peças e desorganização, merece, com certeza, mais de um dia de visita. Dois dos principais destaques são os fabulosos tesouros da tumba do faraó Tutancâmon e as duas salas das múmias reais, onde é possível ficar cara a cara com o próprio Ramsés II, o Grande, que reinou por mais de 60 anos e mandou construir alguns dos mais belos e imponentes monumentos do país. O museu fica próximo à Praça Tahrir, onde ocorreram os protestos que, no início deste ano, resultaram na renúncia do ditador egípcio Hosni Mubarak.
Cairo Antigo
Este bairro é de uma época em que o Cairo propriamente dito ainda não existia. A atual capital do Egito foi fundada no século 10 pela dinastia árabe fatímida, mas a região já era habitada desde a antiguidade. Na área os romanos construíram uma fortaleza chamada de Babilônia (nada a ver com a cidade da Mesopotâmia) e suas torres, erguidas por Trajano, no século 1 d.C., continuam lá como testemunhas do auge do Império Romano.
A vizinhança é chamada também de Cairo Copta, local habitado pelos cristãos egípcios desde o início da Era Cristã. Uma das principais atrações é a Igreja Suspensa, construída na Idade Média sobre parte das ruínas romanas, daí seu nome. Lá está também a Igreja de São Sérgio, que tem uma cripta onde, supostamente, a Sagrada Família ficou abrigada quando fugiu para o Egito. O bairro guarda ainda a Mesquita de Amr Ibn Al-As, conquistador do Egito no século 7 d.C. É a primeira mesquita do Egito, erguida muito antes da fundação do Cairo, mas pouco resta da estrutura original.
Cairo Islâmico
É o Cairo Medieval, com suas ruelas, mercados, mesquitas, hospedarias, cafés e gente, muita gente. A parte mais conhecida é o Khan Al Khalili, bazar visitado por 10 entre 10 turistas que viajam ao Egito, mas lá há muito mais, e passear sem rumo pelas vielas abertas pelos fatímidas é, com certeza, um dos mais agradáveis atrativos da capital egípcia, exceto pelo constante assédio de vendedores.
No final da tarde, uma boa pedida é caminhar sentido norte pela Sharia (rua) Al-Muizz Li-Din Allah até as antigas muralhas da cidade. A iluminação colorida dos minaretes e cúpulas das mesquitas são um espetáculo à parte. Nos arredores do Khan Al Khalili é possível visitar muitas oficinas que fornecem produtos para lojas do bazar e comprá-los mais barato. No mercado, não deixe de sentar para um chá no Café Fishawi, aberto 24 horas por dia há mais de 200 anos, segundo dizem.