Alexandre Rocha
São Paulo – A corrente comercial entre o Brasil e os países árabes, que é soma das exportações mais as importações, chegou a US$ 12,04 bilhões em 2006, um aumento de 14,47% em comparação com 2005. Segundo dados divulgados hoje (10) pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as exportações brasileiras renderam US$ 6,67 bilhões, 28,13% a mais do que no ano retrasado e as importações chegaram a US$ 5,37 bilhões, um crescimento de 1,08%. As exportações totais do Brasil aumentaram em 16,2%.
O saldo comercial com os árabes, que são as exportações menos as importações, foi favorável ao Brasil em US$ 1,3 bilhão. "Não é a primeira vez que o Brasil tem um superávit na balança comercial com os países árabes, mas é o maior registrado", disse o presidente da Câmara Árabe, Antonio Sarkis Jr., durante entrevista coletiva realizada na sede da entidade, em São Paulo.
De acordo com ele, vários fatores contribuíram para o aumento das exportações, como a valorização de commodities como o açúcar e o minério de ferro – o açúcar teve uma forte participação nos embarques aos árabes -, a entrada de novos produtos com maior valor agregado na pauta, como aeronaves, e as ações de promoção comercial realizadas pela Câmara Árabe, várias delas em parceria com a Agência de Promoção das Exportações do Brasil.
As mercadorias do agronegócio responderam por dois terços do total das exportações brasileiras, ou US$ 4,4 bilhões. "O crescimento das exportações do agronegócio foi muito superior média nacional", disse Sarkis. No total, as exportações brasileiras do setor aumentaram em 13,4% em 2006.
Sobre o aumento pequeno das importações, Sarkis disse que isso ocorreu porque a pauta é formada majoritariamente por petróleo e derivados e o Brasil se tornou auto-suficiente na produção da commodity em 2006. Ele afirmou, no entanto, que a Câmara está buscando a promoção de outros produtos árabes no Brasil com o intuito de equilibrar a balança.