São Paulo – O crescimento econômico da Palestina depende do avanço das negociações de paz com Israel. É o que afirma um relatório divulgado esta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o estudo, a economia da Cisjordânia e da Faixa de Gaza cresceu aproximadamente 1,5% em 2013, desempenho considerado “fraco” que reflete “as incertezas relacionadas ao processo de paz israelense-palestino e uma acentuada deterioração das condições econômicas na Faixa de Gaza”. As negociações de paz são conduzidas pelas Nações Unidas, Rússia, Estados Unidos e União Europeia.
O documento foi divulgado ao fim de uma visita de uma delegação do FMI aos territórios ocupados, realizada entre 28 de janeiro e 06 de fevereiro. O chefe da equipe do FMI, Christoph Duenwald, afirma, no documento do Fundo, que as perspectivas econômicas para a Palestina em 2014 dependem do resultado das negociações de paz. Nas condições atuais, o FMI prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 será de 2,5%, mas o desemprego continuará em alta. No fim de 2013, 25% da população economicamente ativa estava sem trabalho.
Em 2013, a Palestina recebeu mais doações do exterior, reduziu o montante das suas dívidas com os bancos comerciais e o déficit fiscal caiu 3% em relação a 2012. No total, o déficit palestino foi equivalente a 13,7% do PIB no ano passado.
O FMI recomendou que as autoridades palestinas limitem os gastos com aumento dos salários e reduzam o subsídio para a compra de combustíveis. Segundo o documento, há espaço para aumento de impostos e a Palestina deve eliminar “urgentemente” as isenções tributárias.
Ainda na avaliação da delegação que visitou a Palestina, as autoridades locais precisam realizar reformas econômicas estruturais para que o país possa aproveitar da melhor forma possível recursos e investimentos que venham a ser feitos se as negociações com Israel evoluírem.
“Se as conversas de paz não se concretizarem, as perspectivas [econômicas] podem piorar e um novo modelo de financiamento – com foco em déficits mais baixos e uma mudança na composição dos gastos em favor do desenvolvimento – seria urgentemente necessário. Em qualquer caso, o apoio da comunidade internacional e uma ampla e abrangente flexibilização das restrições israelenses será necessária para sustentar as reformas palestinas”, afirma o documento.