São Paulo – Ampliar o alcance da coleta de impostos, reajustar tarifas de energia e revisar o plano de aumento salarial aos servidores são as principais sugestões que uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) fez às autoridades libanesas ao fim de uma visita de uma delegação da instituição ao país, encerrada em junho. A conclusão sobre a situação da economia libanesa foi divulgada na quinta-feira (31) e, segundo o relatório divulgado pelo Fundo, a economia do país árabe está sendo prejudicada pela crise política na vizinha Síria.
Além das incertezas que a crise provoca na região, o Líbano está recebendo um grande fluxo de refugiados sírios. A chegada desses imigrantes, afirma o documento, “abastece” os já elevados desemprego e pobreza e sobrecarrega os serviços públicos libaneses.
Segundo o documento, setores que geralmente impulsionam a economia do Líbano, como o imobiliário, construção civil e turismo, estão sendo afetados pelo crescimento das incertezas e da deterioração das condições de segurança. A previsão do FMI é que o PIB libanês tenha crescido 2,5% em 2012, 1,5% em 2013, deverá se expandir em 1,8% neste ano e em 2,5% em 2015. O potencial de crescer 4% ao ano, contudo, será retomado lentamente.
O documento também observa que as autoridades libanesas precisam promover reformas profundas na economia. Essas reformas precisarão, além de garantir o aumento da contribuição de impostos, equilibrar o custo de vida aos salários, impulsionar a criação de empregos e reduzir a dívida pública do país árabe, que em 2013 correspondia a 141% do PIB.
“O crescimento é moderado, os desequilíbrios fiscais estão se ampliando e o déficit público está crescendo. Os diretores (do Fundo) enfatizaram que o comprometimento com políticas macroeconômicas sólidas e reformas estruturais são essenciais para promover um grande e sustentável crescimento e melhorar as condições sociais”, afirma o documento.
O Fundo também observou que o sistema bancário e o mercado financeiro libaneses têm se mostrado resistentes à crise que atinge o país. No entanto, o lucro dos bancos está caindo e os desafios ao setor são cada vez maiores.