Brasília – A balança comercial brasileira fechou o primeiro mês do ano com déficit de US$ 4,035 bilhões, pior resultado mensal desde o início da série histórica em 1993. Anteriormente, o resultado mais fraco havia sido déficit de US$ 1,7 bilhão em dezembro de 1996. O saldo negativo é três vezes superior ao déficit de US$ 1,3 bilhão registrado em janeiro de 2012. A diferença é resultado do forte volume de importações e à queda nas vendas para os principais parceiros comerciais do Brasil.
As compras do país ficaram em US$ 20,003 bilhões, resultado recorde para meses de janeiro, contra exportações de US$ 15,968 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As importações do Brasil cresceram 14,6% frente a janeiro do ano passado e 3,9% em relação a dezembro.
Na comparação anual, aumentaram as compras de produtos dos Estados Unidos. Houve elevação de 32,1% na aquisição de gasolina, veículos de carga, veículos para via férrea, motores e geradores elétricos, aviões, óleos combustíveis e outros. Do Oriente Médio vieram petróleo, produtos químicos e eletroeletrônicos, com alta de 27,2%, e da África houve crescimento de 21,2% em função do petróleo, gás e da castanha de caju. Na comparação mensal com dezembro, a compra de combustíveis e lubrificantes do exterior teve alta de 55,7%.
As exportações retrocederam 1,1% na comparação com janeiro de 2012 e caíram 26,5% frente a dezembro. A queda anual foi puxada pelo petróleo (-69,5%), café em grão (-16,2%), farelo de soja (-11,9%), fumo em folhas (-7,1%), minério de cobre (-8,9%) e pela carne de frango (-4,5%). O recuo deveu-se principalmente aos produtos básicos, já que as vendas externas de manufaturados e de semimanufaturados cresceram 6,6% e 1%, respectivamente. As exportações de bens básicos recuaram 5,9%.
De acordo com o ministério, nos últimos 12 meses houve decréscimo nas vendas para os principais mercados que adquirem bens do Brasil. As exportações para os EUA caíram 19,6% na comparação anual. Os motivos foram redução das compras petróleo bruto, celulose, autopeças, partes de motores para veículos, café em grão, semimanufaturados de ferro e aço, motores, geradores elétricos e compressores.
O comércio com a China recuou 5,8% devido à retração nas vendas de medicamentos, partes de motores de veículos, plásticos, suco de laranja congelado e autopeças. Para a América Latina e Caribe as exportações caíram 5%, e para o Mercosul, 0,1%. A Argentina foi a maior responsável pela queda no comércio com o bloco latino-americano, com retração de 2,3% na aquisição de tratores, pneus, papel cartão, motores para veículos, veículos de carga e bombas e compressores.
As exceções na queda das exportações brasileiras foram os mercados da Europa Oriental (alta de 50,9%), Oriente Médio (elevação de 25,5%), União Europeia (aumento de 9,1%) e África (alta de 2,6%).