São Paulo – O crescimento da demanda mundial por petróleo está recuando de maneira mais rápida do que a prevista anteriormente, segundo a edição deste mês do Relatório do Mercado de Petróleo, divulgada nesta terça-feira (13) pela Agência Internacional de Energia (AIE), organização multilateral com sede em Paris.
A entidade cortou em 100 mil barris por dia a expectativa de aumento da demanda em 2016, que agora é de 1,3 milhão de barris diários. Para 2017, a estimativa de crescimento é ainda menor, de 1,2 milhão de barris por dia. A entidade avalia que o cenário macroeconômico internacional continua incerto.
A produção mundial de petróleo, por sua vez, caiu em 300 mil barris diários em agosto, em comparação com o mesmo mês do ano passado, e ficou em 96,9 milhões de barris por dia. O declínio ocorreu em nações que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), segundo a AIE. Os membros da Opep, porém, atingiram um nível próximo ao recorde de produção, o que compensou em parte as perdas entre não membros.
Para 2017, a AIE espera que a produção dos países não integrantes da Opep cresça em média 380 mil barris por dia, contra uma redução média de 840 mil barris diários ao longo de 2016.
Entre as nações da Opep, a produção de petróleo foi de 33,47 milhões de barris por dia em agosto, 930 mil barris diários a mais do que no mesmo mês de 2015. Isto ocorreu porque, de acordo com a AIE, “os produtores do Oriente Médio abriram as torneiras”.
Kuwait e Emirados Árabes Unidos bateram recordes de produção, ao passo que o Iraque aumentou o fornecimento, a Arábia Saudita chegou próxima ao seu recorde e o Irã produziu o maior volume desde que as sanções econômicas sobre o país foram suspensas.
A AIE informou ainda que os preços do barril aumentaram de US$ 42 para mais de US$ 50 no início de agosto, mas quando da produção do relatório variavam de US$ 46,35 a US$ 48,45 nas principais bolsas de mercadorias.