Isaura Daniel
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São Paulo – O Brasil aumentou em 13,5% o número de países que importam os seus produtos nos últimos nove anos. Os destinos das vendas brasileiras no exterior passaram de 207 países em 1997, para 235 países no ano passado. O balanço foi apresentado ontem (04) pelo diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Fábio Martins Faria, durante o 120ª Encomex, encontro de comércio exterior que ocorreu na sede da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), em São Paulo.
De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, que também esteve no encontro, os árabes participam desse crescimento. Em 1997, as exportações brasileiras para o mundo árabe estavam em US$ 1,7 bilhão. No ano passado, elas chegaram a US$ 6,6 bilhões. Em entrevista à ANBA, Martins Faria afirmou que o Brasil tem condições de ampliar ainda mais as vendas para a região, já que os árabes são grandes produtores de petróleo e grandes importadores de outros tipos de produtos.
Meziat defende essa diversificação e afirma que quanto mais compradores o Brasil tiver mais poderá negociar preços. "Para esses mercados novos o crescimento foi estratosférico porque a base era pequena, mas estamos criando uma base compradora que vai crescer e garantir a sustentabilidade das exportações brasileiras", disse o secretário de Comércio Exterior à ANBA. Segundo Meziat, o crescimento das exportações brasileiras é atualmente maior para os países em desenvolvimento do que para os desenvolvidos, e a tendência é que esse aumento persista no curto prazo.
Martins divulgou também outros números que reforçam o crescimento do comércio exterior brasileiro no período de 1997 para cá. As empresas exportadoras, segundo ele, passaram de cerca de 13 mil em 1997 para 20,5 mil este ano. Os produtos exportados saltaram de 6,6 mil em 1997 para 7,3 mil no ano passado, com crescimento de 11%, e o número de municípios que têm empresas exportadoras saíram de 1.386 para 1.848. "Não há nada que o Brasil produza que algum país do mundo não queira comprar", disse Martins.
Meziat também apresentou números do comércio exterior e afirmou, à platéia formada principalmente por empresários e profissionais da área, que o setor privado brasileiro está dando uma demonstração de competência com a ampliação das exportações. As vendas externas nacionais estavam em US$ 52 bilhões em 1997. Neste ano, até agosto chegaram a US$ 102,4 bilhões. O 120º Encomex foi promovido justamente para comemorar os dez anos do encontro, que é itinerante e desde 1997 ocorre em diferentes regiões do país tendo como proposta estimular o comércio internacional.
A meta estipulada para o governo para este ano é de US$ 155 bilhões para as exportações brasileiras, o que significaria um crescimento de 13,1% sobre as vendas do ano passado. Meziat afirmou que com isso, os US$ 200 bilhões em exportações deixam de ser um sonho e passam a ser uma meta para o Brasil, possivelmente já para 2008. As exportações brasileiras, segundo dados divulgados pelo secretário, estão crescendo acima da média mundial. As exportações globais cresceram 15,1% enquanto que as brasileiras avançaram 16,5%. Material de transporte, que inclui desde aviões até tratores e automóveis, é atualmente, o maior produto de exportação do Brasil.