São Paulo – Apesar da queda na produção de petróleo, o Iraque cresceu em 2013, manteve a inflação baixa e ampliou suas reservas internacionais em dólares. Mesmo assim, o país árabe precisa reduzir os gastos e promover reformas no sistema bancário, afirma o relatório de uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta terça-feira (25). Os técnicos do FMI se reuniram com autoridades iraquianas em Amã, na Jordânia, entre a última quarta-feira (19) e a segunda-feira (24).
Segundo o levantamento, o Produto Interno Bruto do Iraque (PIB) cresceu 4,2% no ano passado em razão do crescimento de 7% do setor não petrolífero, que foi impulsionado pelo varejo e pela construção civil. A produção de petróleo ficou abaixo do projetado, mas em 2014 deverá chegar a 3,2 milhões de barris por dia. Desse total, 2,6 milhões deverão ser exportados. Se este desempenho se confirmar, o PIB iraquiano deverá crescer 6% em 2014.
Em 2013, o Iraque teve uma inflação de 3,1%, menor do que os 3,6% de 2012. As reservas internacionais cresceram US$ 7 bilhões e ao fim de 2013 somavam US$ 78 bilhões, quantia suficiente para cobrir dez meses de importações.
Mesmo com o bom desempenho do ano passado, as autoridades iraquianas têm desafios pela frente. Um deles é aumentar a segurança interna. Outro é reduzir os gastos. No ano passado, o déficit no orçamento cresceu e chegou a 6% do PIB. Esse desequilíbrio das contas públicas foi financiado pelo Fundo para o Desenvolvimento do Iraque, que caiu de US$ 18 bilhões em 2012 para US$ 6,5 bilhões em 2013.
Na nota divulgada pelo Fundo, o chefe da delegação, Carlo Sdralevich, afirmou que os técnicos do FMI e as autoridades do Iraque discutiram a implantação de reformas na economia. “O Banco Central do Iraque está avançando com a melhoria de suas operações e a reforma do setor financeiro, ao preparar um novo banco central, bancos comerciais e uma legislação antilavagem de dinheiro e de combate ao financiamento ao terrorismo, e ao introduzir um novo sistema de pagamentos”, afirmou.
O chefe da delegação disse ainda que o Iraque precisa se esforçar para reestruturar os bancos estatais e permitir que as instituições particulares possam, gradualmente, ampliar seus negócios com o governo. A missão aconselhou o Iraque a liberalizar o mercado de câmbio para reduzir a diferença entre as cotações oficial e paralela.