Da Agência Brasil
Montevidéu (Uruguai) – O discurso do presidente Luiz Inacio Lula da Silva durante a abertura da XXV Reunião do Conselho do Mercado Comum (Mercosul) reiterou a promessa do governo brasileiro de oferecer prioridade máxima ao bloco, posicionando-se como líder ascedente na América Latina. “Reafirmo meu compromisso de trabalhar para que o Mercosul represente um fator de desenvolvimento para todos os países membros, inclusive para que as economias menores encontrem respostas para o desafio do crescimento”, disse Lula aos chefes de estado presentes à cupula.
O presidente ressaltou a incorporação do Peru como mais novo estado associado ao Mercosul e a conclusão do acordo com os três países da Comunidade Andina de Nacões (CAN) – Equador, Colômbia e Venezuela -, que faltavam aderir ao bloco. “O Brasil deseja insistir nesse caminho, reforçando as dimensões social, política e cultural do nosso empreendimento, sem esquecer que a base dessa construção tem de ser uma autêntica integração econômica”, alertou o presidente.
Lula cumprimentou o ex-presidente argentino, Eduardo Duhalde, que assume a presidência da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul. Terminou o discurso alertando para a urgência de “se aperfeiçoar as formas de financiamento do desenvolvimento na América do Sul”, com a ajuda de bancos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Assimetria econômica
Uma das preocupações demonstradas pelos países de economia menos expressiva na Cúpula de presidentes do Mercosul foi o ajuste de assimetrias entre os países membros do bloco para evitar o enfraquecimento de mercados internos em prol de economias mais robustas, como as do Brasil e da Argentina.
Para Lula, esse é um dos pontos principais a serem enfrentados e um compromisso assumido para fortalecer o bloco. "Desde que começamos a trabalhar a idéia de fortalecer o Mercosul como um bloco não apenas para ajudar os paises da América do Sul, para negociar com outros blocos, nós tinhamos clareza de que os países de economia mais forte tinham que dar sua contribuição para os países que têm mais dificuldades econômicas", afirmou o presidente.
De acordo com Lula, uma das maneiras de evitar as desigualdades seria a ajuda em forma de financiamento para projetos de infra-estrutura nos países com mais dificuldades. "Você pode ter uma política com o Paraguai ou Uruguai, diferente da política com a Argentina ou com outro país de maior potencial econômico", completou ele.
Durante a entrevista de encerramento o presidente assegurou que o Brasil vai fazer sua parte para manter a coesão dentro do Mercosul. Em seguida, Lula se dirigiu à prefeitura de Montevidéu, onde receberá as chaves da cidade das mãos do prefeito Mariano Arana.