Da redação
São Paulo – As exportações brasileiras de carne suína sofreram uma queda de 22% no primeiro trimestre de 2004, em comparação com o mesmo período do ano passado, passando para 91 mil toneladas. As receitas, no entanto, subiram 2,4% e atingiram US$ 118,4 milhões, segundo dados divulgados ontem (23) pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs).
De acordo com a associação, a diminuição dos embarques ainda é um reflexo do sistema de cotas de importação de carnes imposto pela Rússia. Mas apesar da queda de 27,5% em relação aos primeiros três meses de 2003, a Rússia comprou no primeiro trimestre deste ano 49,9 mil toneladas de carne de porco brasileira, mais de 54% do total exportado pelo Brasil.
Se as vendas externas caíram no trimestre, em março apresentaram um bom desempenho. No total foram embarcadas 42.418 toneladas a US$ 56,4 milhões, um crescimento de 30% nas quantidades e de 66% nas receitas em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a fevereiro o aumento das receitas foi de 59,4% e dos volumes de 52%.
Mesmo com as restrições impostas pelo país eslavo, o preço médio da carne suína brasileira continuou a aumentar no mercado internacional. Ficou em US$ 1.302 por tonelada no primeiro trimestre, ou 31% a mais do que no mesmo período do ano passado. Já em março o valor médio ficou em US$ 1.331, 28% a mais do que em março de 2003.
De acordo com a Abipecs, o aumento do preço médio foi causado principalmente pela "mudança do mix" de produtos. Segundo a associação, no primeiro trimestre de 2003 as exportações de carcaça responderam por 35% do total, já nos primeiros três meses deste ano a comercialização de carcaça ficou em 18% do total, fato que, na avaliação do diretor-executivo da entidade, Cláudio Martins, denota que os importadores estão mais interessados em comprar carne em cortes de maior valor agregado.
O principal destaque no trimestre em termos de crescimento, na avaliação da diretoria da Abipecs, foram as exportações para a África do sul, que somaram 4.270 toneladas, ou 282% a mais do que no mesmo período do ano passado. Houve também conquista de novos mercados. De acordo com a associação 56 países comparam carne suína brasileira em março, contra 43 e em fevereiro e 32 em janeiro.