São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos figuram entre os países que tiveram maior crescimento nas compras de café brasileiro em 2019, com alta de 21,8% em volume sobre 2018, somando 139.426 sacas. Os países árabes como bloco também apresentaram alta no volume importado. Foram 1.780.459 sacas de 60 kg, crescimento de 4,9% em relação a 2018.
Em receita, a variação relativa aos países árabes foi para baixo, em 10,65%, para US$ 205,4 milhões em 2019. A participação dos países árabes nas exportações de café brasileiro ficou em 4,4% ano passado. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (15) pelo Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em São Paulo.
De acordo com o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, o mercado árabe é muito importante para o Brasil. “São grandes parceiros, nós conseguimos fornecer uma qualidade de café que é muito apreciada por eles, então nós observamos todo esse mercado árabe de uma maneira muito simpática e muito parceira do Brasil”, disse ele à ANBA. O executivo estima que os embarques aos árabes vão chegar aos 2 milhões de sacas em 2020.
O diretor-geral da instituição, Marcos Matos, acrescentou que o Cecafé irá participar pela primeira vez da Gulfood, a maior feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio, que vai ocorrer em Dubai, nos Emirados, de 16 a 20 de fevereiro.
“É importante lembrar que a ministra [da Agricultura] Tereza Cristina esteve nos Emirados no ano passado e tem mais uma visita para lá esse ano, e a quantidade de novos negócios é muito impressionante: alfafa, carne e o valor do café. A nossa tendência é de crescimento em função dessa proximidade, não só com os Emirados, mas com os países árabes visitados”, disse Matos. Cristina esteve também no Egito, Arábia Saudita e Kuwait.
“É impressionante o trabalho que está sendo feito também pelo ministério das Relações Exteriores; este ano e nos próximos anos nós vamos estreitar cada vez mais a parceria com esses países consumidores”, acrescentou Carvalhaes.
Entre os países árabes, o maior comprador é o Líbano, que no ano passado comprou 395.081 sacas, uma queda de 24,46% em relação ao período anterior; os outros principais mercados da região registraram crescimento. A Síria aparece em seguida com 363.019 sacas, alta de 18,8% no mesmo comparativo; Jordânia vem em terceiro com 256.902 sacas, crescendo 15,75%; na quarta posição, a Tunísia comprou mais 7,09%, com 183.986 sacas em 2019; em quinto, a Arábia Saudita teve alta de 13,25%, com 151.998 sacas. Os Emirados aparecem na sexta posição.
Total
O Brasil exportou no total 40,6 milhões de sacas de café em 2019, batendo recorde histórico, segundo o Cecafé. O crescimento em volume foi de 13,9% sobre 2018. A receita de US$ 5,1 bilhões, porém, representou queda de 1,1% no mesmo comparativo. O preço médio da saca também 13,2%, para US$ 125,49.
As quedas na receita se devem, segundo Carvalhaes, à alta do dólar. “Ficamos com os preços menores até novembro, as vendas para novembro e dezembro já estavam praticamente encerradas e isso propiciou essa receita menor. Nossa expectativa para esse ano é aumentar em receita e volume”, afirmou.
O País mantém sua posição de liderança mundial na produção e exportação de café, e em 2019 vendeu para 128 países. “É importante salientar que o País está preparado para atender a demanda global crescente com grande possibilidade de crescimento nos próximos anos; representamos hoje quase 40% de todo o café consumido no mundo”, disse Carvalhaes.
Os principais destinos de 2019 foram Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão, Bélgica, Turquia, Rússia, México, Reino Unido e Canadá. O México teve destaque com crescimento de 200,85%, para 951.042 sacas.
Entre os países que se destacaram com crescimento acima de 20%, além dos Emirados Árabes, estão África do Sul, Equador, Mianmar, Polônia, Montenegro, Espanha e Ucrânia.
O porto de Santos se manteve na liderança como a principal via de escoamento da safra para outros países, com participação de 78%. Foram 31,7 milhões de sacas embarcadas ano passado.
Dezembro
No último mês de 2019, foram embarcadas 2,99 milhões de sacas de café, com receita de US$ 384,2 milhões e preço médio de US$ 128,10.
Entre as variedades, destaque para o café robusta, que dobrou a exportação no mês registrando aumento de 102,6% em relação a dezembro de 2018, com 304.731 sacas.