Isaura Daniel
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São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira vai oferecer um programa de capacitação a técnicos e estudantes de países árabes. A partir do mês de outubro deste ano até dezembro do ano que vem, a cada vinte dias a entidade receberá e treinará dois jovens árabes na área de economia e comércio exterior. O objetivo é que eles conheçam melhor o Brasil e levem essas informações aos seus países de origem. "Eles vão conhecer o Brasil e vender lá fora a imagem que formarem", diz o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, mentor da idéia. "Cada pessoa dessas será uma aliada do Brasil em seu país", reforça o presidente da entidade, Antonio Sarkis Jr.
A medida faz parte das ações de seguimento da Cúpula de Países Árabes e Sul-Americanos, que ocorreu em maio de 2005 em Brasília. No Brasil, a Câmara Árabe foi escolhida pelo governo brasileiro para ser responsável, juntamente com o Itamaraty, pelo andamento das decisões tomadas na reunião de chefes de estado. A idéia de oferecer o treinamento aos estudantes árabes foi da Câmara Árabe. Ela foi apresentada pela entidade ao Itamaraty no final do ano passado e aprovada durante reunião de altos funcionários de países árabes e sul-americanos neste ano. A Câmara Árabe também apresentou outras sugestões, como ações para facilitação de emissão de vistos e criação de um acordo sanitário.
De acordo com a gerente de Recursos Humanos (RH) da Câmara Árabe, Claudia Orosco, os estudantes árabes vão, no Brasil, passar por diferentes departamentos da entidade como Marketing, Comércio Exterior e Desenvolvimento de Mercado. Eles também conhecerão, segundo Alaby, entidades de classe, e, eventualmente, centros de treinamento de áreas como agrícola, pecuária, tecnologia da informação e telecomunicações. "Eles poderão dar maiores informações sobre o Brasil nos países árabes", diz Alaby. O secretário-geral afirma que devem participar do treinamento profissionais de câmaras de comércio árabes, operadores dos governos da região e também estudantes.
Para se candidatar ao programa, os árabes devem procurar câmaras de comércio membros da União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes. A aprovação dos candidatos ficará a cargo da Câmara Árabe do Brasil. Para se candidatar é preciso falar árabe, ter fluência em inglês ou francês, além de formação técnica ou universitária concluída ou em andamento.
De acordo com o presidente da Câmara Árabe, a idéia é que esse tipo de ação seja adotada também por outras câmaras e entidades de países sul-americanos e árabes. "Temos interesse de que esse programa seja recíproco. Vamos receber técnicos e estudantes árabes e também queremos poder enviar técnicos e estudantes brasileiros para câmaras de comércio e entidades árabes", diz Sarkis Jr. Ao final do programa, no Brasil, os intercambistas vão apresentar um trabalho de conclusão para receberem certificado de participação.