Da redação
São Paulo – O comércio exterior brasileiro bateu novos recordes em 2006. As exportações ultrapassaram a meta estabelecida pelo governo federal e renderam US$ 137,5 bilhões, ante uma previsão de US$ 135 bilhões. O crescimento em comparação com 2005 foi de 16,2%. Os dados foram divulgados ontem (02) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O secretário-executivo do ministério, Ivan Ramalho, anunciou que a meta para 2007 é atingir exportações de US$ 152 bilhões.
As importações, por sua vez, cresceram ainda mais – 24,2% – e chegaram a US$ 91,4 bilhões. Apesar do aumento maior das compras do que das vendas externas, o saldo comercial também cresceu (3%) e ficou em mais de US$ 46 bilhões.
"Os resultados das exportações e importações são recordes históricos e mostram que o comércio exterior atingiu um novo patamar, ao totalizar corrente de comércio (exportações mais importações) de US$ 228,9 bilhões em 2006, valor 20% acima dos US$ 191,1 bilhões de 2005", diz nota divulgada pelo ministério.
De acordo com o MDIC, houve recorde nos embarques das três categorias de produtos, sendo que os manufaturados responderam pela maior fatia, seguidos dos básicos e dos semimanufaturados.
O setor que deu a maior contribuição em termos absolutos foi o de material de transporte, com vendas de US$ 20,4 bilhões, seguido dos segmentos de produtos metalúrgicos, petróleo e derivados, minérios metalúrgicos, complexo soja (grãos, óleo e farelo), produtos químicos, carnes e açúcar e álcool. As exportações que mais cresceram, no entanto, foram as de petróleo e derivados e do setor sucroalcooleiro.
Segundo o MDIC, houve aumento das exportações para todas as regiões econômicas, sendo que o Oriente Médio ficou em primeiro lugar em termos de crescimento, com 35,7%. As exportações para a região chegaram a US$ 5,75 bilhões. A África ficou em terceiro lugar entre os destinos que mais cresceram, com uma ampliação de 26%. Os embarques para o continente renderam US$ 7,4 bilhões. Os países árabes estão localizados no Oriente Médio e na África.
Nas importações também houve aumento no fluxo de todas as categorias de produtos, com destaque para bens de consumo (42,6%), combustíveis e lubrificantes (28,2%), bens de capital (23,9%) e matérias-primas e intermediários (20,8%). Ocorreu crescimento das compras de todas as regiões fornecedoras.
Em quatro anos
De acordo com o MDIC, as vendas externas do Brasil mais do que dobraram nos últimos quatro anos, período que compreende o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reeleito, Lula tomou posse em seu segundo mandato na segunda-feira (01). Em 2002 os embarques somaram US$ 60,4 bilhões, o que quer dizer que houve um acréscimo de US$ 77,1 bilhões nas exportações durante o quadriênio.
No caso das importações, o crescimento foi de 93,5% em comparação com 2002, quando elas somaram US$ 47,2 bilhões. "Nestes quatro anos, o saldo comercial acumulado atingiu US$ 149,2 bilhões, contribuindo para a melhoria das contas externas brasileiras e estabilidade da economia", diz a nota do ministério.
Dezembro
Em dezembro somente, as exportações brasileiras renderam US$ 12,2 bilhões, um aumento de 12,3% em comparação com o mesmo mês de 2005. As importações aumentaram 10% e chegaram a US$ 7,2 bilhões. O saldo comercial, favorável ao Brasil, ficou em US$ 5 bilhões e a corrente comercial em US$ 19,4 bilhões.
O Oriente Médio ficou em segundo lugar entre os destinos que mais cresceram em dezembro (76,7% para US$ 689 milhões), seguido da África (49,8% para US$ 741 milhões).