Da Agência CNI
Brasília – As exportações brasileiras do setor de serviços cresceram quase o triplo da média mundial em 2005. Enquanto as vendas externas deste segmento no mundo tiveram um aumento de 10,8%, as vendas brasileiras tiveram uma ampliação de 29,8% em relação a 2004. Com este resultado, o Brasil ocupou a sétima posição entre os maiores crescimentos de todo o mundo, perdendo somente para países menos expressivos.
Este e outros dados fazem parte do Panorama do Comércio Internacional de Serviços, primeira publicação a apresentar dados consolidados do setor de serviços no país, lançada na sexta-feira em evento no Rio de Janeiro. A compilação foi organizada pela Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para atender a uma antiga reivindicação do setor empresarial, carente de dados que pudessem embasar uma política nacional para o setor.
Com US$ 15 bilhões exportados em 2005, o Brasil ocupa a 31ª posição entre os maiores exportadores de serviços do mundo, com 0,6% de participação mundial. Esses números demonstram que há um grande espaço para o crescimento deste segmento no contexto internacional.
No lado das importações, o crescimento foi ainda mais expressivo, com 38,7%, totalizando US$ 22,3 bilhões. O Brasil, segundo a OMC, é o 24º maior importador deste segmento no mundo (0,9% do total), sendo historicamente deficitário neste setor.
A importância do setor vem chamando a atenção de investidores, governos e consumidores. Os serviços representaram, em 2005, 57% do PIB nacional (ante 55,7% em 2004) e mais de 50% de empregos formais no país, além de ser o segmento mais receptivo para investimentos internacionais. Segundo dados do Banco Central, o setor recebeu, pela média de 2001 a 2004, 52,8% do total de investimentos estrangeiros, contra 40,9% no setor secundário e 6,4% no setor primário.
A intenção da Secretaria de Comércio e Serviços é transformar o panorama em uma publicação periódica com dados atualizados relativos à exportação de serviços, assim como a já existente Balança Comercial de bens e produtos. A publicação pode ser acessada no site do MDIC (www.desenvolvimento.gov.br).