Da Agência CNI
Fortaleza – As exportações cearenses caíram 11,2% em junho de 2007 em comparação ao desempenho de maio, baixando de US$ 93,9 milhões para US$ 83,4 milhões. Em relação a junho de 2006 (US$ 83,5), as vendas externas sofreram uma leve retração de 0,1%. Os setores que mais influenciaram a queda foram os de lagosta, que entre os meses de junho de 2007 e 2006 reduziu em 77,5% o volume exportado; camarão (-60,1%); e tambores de freios (-51,5%).
Segmentos tradicionais, como têxtil, confecções e couros, também não apresentaram desempenho animador no comparativo anual. Os dois primeiros declinaram respectivamente 3,6% e 3,1%. O segmento de couros permanece estagnado, tendo crescido apenas 1,4% em junho deste ano frente ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com o Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), os setores tradicionais perderam competitividade em função da desvalorização do dólar e conseqüente valorização do real.
No caso dos tambores de freio, a dificuldade deriva, segundo o Centro, de mudanças gerenciais internas na principal empresa exportadora do produto no Ceará. Enquanto isso, o camarão e a lagosta enfrentam problemas internos, demandando mais organização no setor produtivo.
Considerando os seis primeiros meses do ano, as exportações cearenses tiveram crescimento de 11,4% em 2007 sobre 2006. Este ano, elas somaram US$ 521,6 milhões contra US$ 468 milhões do ano passado. No acumulado do ano, então, o Ceará obteve um superávit na balança comercial de US$ 104,7 milhões.
O crescimento de 11,4% verificado no período, porém, ainda é pequeno, se considerado o aumento brasileiro (19,9%) e o nordestino (16,6%). Na interpretação do CIN, significa que as relações internacionais cearenses não estão acompanhando o ritmo de expansão nacional e regional.
Quanto à diversificação de produtos, o Ceará caiu 4,4% no período de janeiro a junho de 2007 em relação ao mesmo período do ano anterior. No total, o Ceará exportou este ano 581 produtos. Os setores de ceras vegetais, castanha de caju e calçados foram os que apresentaram crescimento mais expressivo em suas exportações em relação ao período janeiro a junho do ano passado. As taxas de crescimento foram respectivamente de 44,2%, 31,3% e 24,7%.
A diversificação de países de destino, no acumulado do ano, aumentou 11,7% em relação ao mesmo período de 2006, passando de 126 para 146 países. Itália e Venezuela permanecem com destaques na compra de produtos cearenses, com crescimento de 80,8% (a Itália importa principalmente couros e peles) e 98,0% (a Venezuela compra mais têxteis, rolhas metálicas, calçados e fogões).
Mesmo com desempenho de junho não tão satisfatório, o Ceará subiu da 15ª para a 14ª posição, entre os estados exportadores. O salto foi motivado pelo crescimento inexpressivo das exportações do estado de Alagoas no último mês.
Apesar da queda de 0,7% em relação ao mês de maio passado, as importações cearenses apresentam um aumento de mais de 70% em comparação ao mês de junho 2006. No total acumulado do primeiro semestre de 2007, o Ceará importou 6,7% a mais do que em 2006.
No crescimento dos países de origem dos produtos importados pelo Ceará, a Argentina foi destaque, apresentando crescimento de 101,6% e atingindo o primeiro lugar no ranking de importadores. A China vem em seguida, com aumento de 217%. Entre os mercados alternativos, o maior crescimento do primeiro semestre em relação a 2006 ficou com as Filipinas (51.775,4%). Os produtos importados deste país foram laminados de ferro e aço.