São Paulo – As exportações brasileiras de autoveículos montados recuaram 2% no primeiro trimestre deste ano sobre o mesmo período de 2010, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (07) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo. Também houve queda, de 8,6%, na comparação de março, individualmente, sobre o mesmo mês do ano passado. No trimestre os envios chegaram a 119,5 mil unidades e em março os embarques foram de 42,7 mil automóveis.
De acordo com o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, a queda é reflexo do fortalecimento do real frente ao dólar. Mas, segundo ele, também falta ao setor competitividade para exportar. A instituição deve apresentar, ainda neste mês, um estudo ao governo federal brasileiro solicitando uma série de medidas para tornar o segmento mais competitivo, para que ele volte a vender fora do país. O estudo está em fase de conclusão.
O presidente da Anfavea se mostrou um tanto preocupado com os números apresentados pelo setor automobilístico no trimestre. “Os números do fechamento do trimestre já começam a sinalizar um alerta. O setor está crescendo, mas não mais com o vigor do ano passado”, afirmou Belini. Houve, nos primeiros três meses do ano, um grande aumento nas importações de automóveis. Foram importados, no período, 182 mil veículos, aumento de 28% sobre o mesmo período de 2010, quando chegaram ao Brasil 142 mil carros do exterior.
O licenciamento de veículos novos, no primeiro trimestre, aumentou 4,7% no país. Mas os dados incluem importados e nacionais. Enquanto o crescimento de emplacamento de importados avançou 28,5%, o de carros nacionais recuou 0,5%. No total, foram licenciados 825,2 mil veículos. A produção brasileira de autoveículos montados, o que inclui veículos leves, caminhões e ônibus, ficou em 825,8 mil unidades entre janeiro e março, com avanço de 4,9% sobre o mesmo período de 2010. Mas em março, com 294 mil unidades, a produção recuou 7%.
Já o desempenho da área de CKD foi bem melhor. As exportações de autoveículos desmontados ficaram em 76,1 mil no primeiro trimestre do ano, com alta de 54,7% sobre os mesmos meses de 2010. Também a produção nacional avançou 55,2% para 76,3 mil.
Na avaliação geral do desempenho do segmento, Belini afirmou que as medidas de contenção de crédito, tomadas pelo governo na tentativa de conter a inflação, afetaram o crescimento da indústria de automóveis. Ele admitiu que a situação, para o segmento, é complicada, mas defendeu tanto o câmbio livre quanto o trabalho do governo para conter a inflação. “O mais importante é a inflação, tentarmos aos poucos conduzi-la para o centro da meta. Isso faz baixar juros, aumentar investimentos e o consumo”, disse o presidente da Anfavea.