São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos estão conseguindo reequilibrar o orçamento e os gastos do governo. No entanto, um levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia do país divulgado na quarta-feira (12) alerta que a “endividada” Dubai ameaça o desempenho econômico no médio prazo.
Segundo o FMI, os Emirados estão comprometidos em administrar o crescimento dos gastos do governo e em conter uma queda brusca dos preços do petróleo. O FMI observou que os Emirados começaram ainda em 2012 a cortar os gastos e conseguiram dobrar o superávit fiscal, que ficou em 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 4,1% em 2011.
A redução de gastos continua neste ano, com subsídios menores. Ao mesmo tempo, a previsão do país é que o orçamento para os setores de serviços, defesa e segurança e massa salarial sejam maiores do que em 2012. O levantamento do FMI prevê que, devido aos preços mais baixos do petróleo, o superávit fiscal dos Emirados deverá ser de 8,1% neste ano e cair gradualmente até 5,1% em 2018.
A estimativa do Fundo é que o preço do barril encerre 2013 cotado a US$ 108,1 e chegue em 2018 a US$ 90,9. Este ano, o PIB dos Emirados Árabes Unidos deverá ser de US$ 387 bilhões, um aumento de 3,6% em relação a 2012.
Embora reconheça os esforços do governo em administrar suas finanças, o Fundo alerta que Dubai pode afetar o desempenho econômico do país no médio prazo.
“Os megaprojetos de Dubai serão executados, em grande parte, por empresas ligadas ao governo. Embora mais investimentos no desenvolvimento da economia sejam bem-vindos, as autoridades precisam garantir que a execução destes projetos seja gradual e flexível de acordo com a demanda”, afirma o relatório do FMI. O levantamento lembra que Dubai ainda tem débitos relacionados à crise de 2008 e afirma que a dívida total do Emirado, de US$ 142 bilhões, equivale a aproximadamente 102% do seu PIB.