São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) irá ajudar o Sudão a organizar sua economia para que ela volte a crescer. Em um comunicado divulgado esta semana, o Fundo afirma que aprovou o Programa de Apoio Monitorado (SMP, na sigla em inglês), pelo qual vai ajudar o governo do Sudão em reformas econômicas até o fim deste ano. A parceira não envolve empréstimos nem garantias por parte do FMI.
“A economia do Sudão está enfrentando grandes desafios desde a separação do Sudão do Sul em julho de 2011, com baixo crescimento econômico, inflação elevada amplamente em razão do financiamento de altos déficits fiscais, deterioração das contas internas e externas e uma persistente defasagem entre o mercado de câmbio oficial e o paralelo”, afirma o comunicado do Fundo.
Em 2011, a população do Sul aprovou a separação do Sudão após anos de conflitos. O Sul ficou com a maior parte das reservas de petróleo, mas o novo país não tem saída para o mar. Um acordo entre os dois governos feito na época determinou que o petróleo seria, então, remetido ao Sudão e de lá exportado pelo Mar Vermelho. Ainda segundo o acordo, as receitas obtidas com o petróleo seriam divididas. Os recursos, no entanto, não são totalmente aproveitados.
O FMI afirma que outro problema econômico do Sudão é sua dívida externa “elevada” e em grande parte atrasada. É esse débito que impede que o país consiga financiamento externo e tenha acesso aos empréstimos do FMI. Embora o Fundo afirme ter estabelecido “boas relações” com o Sudão por mais de uma década, o país árabe não pode receber recursos do FMI porque também com o Fundo tem dívidas em atraso.
No comunicado, o FMI afirmou que irá trabalhar em parceria com as autoridades locais e monitorar o progresso na implantação do programa econômico por meio de metas “quantitativas” e parâmetros de referência. “Uma exitosa implantação do SMP irá mostrar à comunidade internacional o compromisso das autoridades locais com as reformas econômicas e no momento certo irá ajudá-los no processo de redução da dívida”, afirma o comunicado.