São Paulo – A Jordânia precisa promover reformas para fortalecer sua situação fiscal, criar mecanismos que protejam o país de choques externos e recuperar a saúde financeira da estatal de energia elétrica. Na avaliação da vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Nemat Shafik, essas são as medidas que o país precisa adotar no médio prazo para crescer. O encontro de Shafik nesta quarta-feira (06), em Amã, com autoridades jordanianas faz parte de um acordo de empréstimo de US$ 2 bilhões liberado pelo Fundo em agosto de 2012.
A executiva do Fundo recomendou que as reformas sejam acompanhadas por melhorias no ambiente de negócios, no fortalecimento do comércio, aumento de transparência e capacitação da mão de obra por meio de investimentos em educação e treinamento de profissionais. “Estas ações irão fortalecer a confiança e manter a estabilidade macroeconômica e social [da Jordânia]”, afirmou ela, segundo comunicado da instituição.
Na avaliação de Shafik, 2013 será um ano melhor para a Jordânia do que 2012, quando o país foi “desafiado” por condições adversas como o grande fluxo de refugiados sírios, aumento nos preços dos alimentos e queda no fornecimento de gás pelo Egito. O aumento do custo com a importação de energia refletiu na inflação, que subiu 6,7% e levou a um déficit em conta corrente. Esse déficit só não foi maior porque a receita do país também cresceu.
Por outro lado, Shafik observou que a Jordânia foi beneficiada por empréstimos dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Catar, Bahrein e Omã), pela emissão em dólar de títulos do Tesouro e pelo aumento dos depósitos em dinares. As previsões do Fundo indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) da Jordânia cresceu 2,8% em 2012. Shafik afirmou que ainda há riscos para a economia jordaniana, mas as melhorias nas contas fiscais e externas são “auspiciosas”.