Alexandre Rocha
São Paulo – O Fundo de Investimentos em Participações Brasil Energia (FIP) poderá ter a participação de investidores estrangeiros. Com aporte inicial de R$ 740 milhões, valor que poderá chegar a R$ 1,2 bilhão, o FIP terá como objetivo investir em fontes alternativas de geração de energia elétrica.
Inicialmente os cotistas são os fundos de previdência Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal), Banesprev (Banespa/Santander), Fapes (BNDES), Real Grandeza (Furnas) e Infraprev (Infraero), além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o BB Investimentos (Banco do Brasil) e o Banco Pactual.
No entanto, de acordo com informações da assessoria de imprensa da Petros, a participação de outros investidores, inclusive estrangeiros, será possível após a assembléia de cotistas votar a abertura de novas captações, o que deverá ocorrer em breve.
Os recursos do fundo serão aplicados em projetos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) do Ministério das Minas e Energia. O Proinfa já habilitou 154 projetos em 20 estados que juntos terão 3,3 mil megawatts de capacidade instalada, divididos igualmente em três fontes de energia: eólica (vento), biomassa (combustão de matéria orgânica) e pequenas centrais hidrelétricas.
De acordo com informações do Ministério das Minas e Energia (MME), o investimento total no programa será de R$ 9,3 bilhões e todos os projetos terão de estar prontos durante o ano de 2006. Hoje, segundo o MME, estas três fontes respondem por 3,1% do total de energia elétrica produzida no país, mas em 2006 o percentual deverá crescer para 5,9%.
Os 154 projetos, de acordo com o ministério, devem gerar 12.312 gigawatts/hora por ano, o que equivale a duas vezes o consumo anual do estado do Espírito Santo.
No que diz respeito à biomassa, o estado de São Paulo apresentou o maior volume de empreendimentos, seguido por Paraná, Goiás, Pernambuco e Espírito Santo. No caso das pequenas centrais hidrelétricas, a região centro-oeste tem o maior número de projetos, com o Mato Grosso liderando. Em relação à energia eólica o nordeste tem a maior quantidade de empreendimentos, com o Ceará na frente.
Ao todo, segundo o MME, foram apresentados e habilitados 48 projetos de uso de biomassa, 59 de pequenas hidrelétricas e 47 de fonte eólica.