Brasília – Os gastos de turistas brasileiros com viagens internacionais aumentaram 66,69% neste ano. Item que mais pesou em fevereiro na conta de serviços do Relatório do Setor Externo do Banco Central (BC), essas despesas ficaram em US$ 1,907 bilhão no primeiro bimestre, contra US$ 1,144 bilhão nos dois primeiros meses de 2010.
A isso, somam-se também os US$ 865 milhões gastos com transporte internacional no período, ou 23,22% a mais do que no primeiro bimestre do ano passado. No relatório com os dados de fevereiro, divulgado hoje (25), foi registrado o mais alto déficit nas transações correntes externas de todos os tempos para meses de fevereiro, segundo o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel: US$ 3,391 bilhões.
O déficit em transações correntes soma US$ 8,8 bilhões no ano e US$ 49,2 bilhões nos últimos 12 meses, equivalentes a 2,31% do Produto Interno Bruto (PIB). E o que mais contribuiu para esse resultado foi a conta de serviços, que cresceu 37,5% no primeiro bimestre do ano, ante igual período do ano passado. Os gastos aumentaram de US$ 3,296 bilhões para US$ 4,532 bilhões.
Gastos com viagens e transporte internacional representaram 61,16% da conta de serviços, no primeiro bimestre. O restante se refere a despesas com aluguel de equipamentos (US$ 2,237 bilhões), computação e informações (US$ 589 milhões), royalties e licenças (US$ 413 milhões), despesas governamentais (US$ 375 milhões) e seguros (US$ 210 milhões).
Com exceção de seguros, que teve redução de 5,5% nas despesas líquidas do bimestre, as demais despesas aumentaram, com destaque para aluguel de equipamentos, que cresceu 56,9%. A única rubrica favorável às contas brasileiras foi “outros serviços”, com ingressos líquidos de US$ 802 milhões, ou 75% a mais que em igual período de 2010.
O relatório do BC mostra também que as remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$ 2,892 bilhões em fevereiro, com incremento de 56,6% em relação ao mesmo mês no ano passado. As remessas somaram US$ 6,562 bilhões no acumulado do ano, com aumento de 45% na comparação bimestral. O destaque, nesse caso, é para renda de investimento direto, no valor de US$ 2,204 em fevereiro, ou 77,3% a mais na comparação mensal.
Já os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram retornos líquidos de US$ 2,1 bilhões no mês passado. Os outros investimentos brasileiros lá fora resultaram em aplicações líquidas de US$ 3,6 bilhões, compreendendo a concessão líquida de US$ 3,2 bilhões em créditos de curto prazo e a constituição de US$ 470 milhões em ativos de bancos brasileiros no exterior.