São Paulo – O governo de Dubai anunciou nesta segunda-feira (16) que vai assumir controle total do Dubai Bank, banco islâmico ligado ao emir Mohammed Bin Rashid Al Maktoum. A intenção é manter o banco em operação e proteger os clientes. As informações foram divulgadas pela agência de notícias Dow Jones Newswires.
O governo do emirado anunciou que deverá injetar capital no Dubai Bank, mas não especificou a quantia. A medida deverá ‘diluir’ as participações dos acionistas atuais e o Dubai Bank passará a ser acionista majoritário. Antes do anúncio, 70% das ações do banco pertenciam à Dubai Holding e os 30% restantes à companhia imobiliária Emaar Properties.
“A intervenção visa garantir a continuidade do Dubai Bank”, informou o governo de Dubai, de acordo com a agência de notícias. “Futuramente, o banco poderá continuar operando de forma independente ou sofrer fusão com outro banco estatal”, anunciou o governo.
A Dubai Holding é diretamente ligada ao emir e atua nos setores de finanças, hotelaria e imóveis. “[A ação do governo] deverá solucionar uma área de risco sistêmico preocupante”, afirmou Raj Madha, analista do banco Rasmala, dos Emirados Árabes Unidos, segundo a agência de notícias.
Em 2010, o Dubai Bank realizou uma revisão estratégica de seus negócios, após ter registrado prejuízo líquido de 291 milhões de dirhans (US$ 79 milhões pelo câmbio atual) em 2009. Em 31 de dezembro de 2009, o banco possuía 17,4 bilhões de dirhans (US$ 4,7 bilhões) em ativos e 15,7 bilhões em obrigações (US$ 4,3 bilhões), incluindo 14,9 bilhões (US$ 4 bilhões) em depósitos de clientes.
O Dubai Bank já havia sido posto à venda anteriormente, mas a venda não despertou interesse devido ao preço alto e ao risco de perdas resultantes da crise imobiliária na região. De acordo com um banqueiro cujo nome não foi divulgado, o banco pode precisar de “algumas centenas de milhões de dólares” para colocar seu balanço em ordem.
“Uma capitalização poderá ser necessária também por outras razões”, disse o CEO do Dubai Bank, Ahmed Elshall, à Zawya Dow Jones. “O capital poderá ser necessário para buscar novas estratégias para o futuro”, afirmou.
O CEO anunciou que existe a possibilidade de fusão entre o banco e outra organização na qual possui participação. “Há alguns bancos de propriedade de governos, como o de Abu Dhabi, e é possível que haja uma consolidação”, afirmou Elshall.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum