Alexandre Rocha
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São Paulo – As exportações de produtos têxteis dos países árabes para o Brasil aumentaram mais de 200% de janeiro a novembro do ano passado e chegaram a US$ 40,3 milhões. Já as vendas de mercadorias brasileiras do ramo ao mercado árabe cresceram 47,3% e ficaram em US$ 31,3 milhões, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
A balança de comércio bilateral de produtos têxteis registrou um déficit para o Brasil de US$ 9 milhões, ante superávits de US$ 7,8 milhões no mesmo período de 2006 e de US$ 6,6 milhões em 2005. Os maiores fornecedores no ano passado foram Emirados Árabes Unidos (US$ 17,2 milhões), Egito (US$ 14,3 milhões), Omã (US$ 5 milhões), Marrocos (US$ 1,9 milhão) e Tunísia (US$ 1,5 milhão).
As principais mercadorias importadas pelo Brasil foram itens de vestuário em geral e produtos de algodão, desde as fibras, passando por fios e tecidos. Os Emirados foram os responsáveis pela maior parte das vendas de vestimentas, pois o país atua como reexportador de mercadorias vindas de outras nações da região e da Ásia.
No que diz respeito ao algodão, o principal fornecedor foi o Egito, responsável quase pela totalidade da pauta. O país é famoso por seu algodão de fibra longa e extralonga, ideal para a fabricação de tecidos finos. Outros itens importados pelo Brasil dos árabes foram os tapetes.
O presidente da Abit, Aguinaldo Diniz, citou também as importações de confecções árabes tradicionais. Ele comemorou o aumento do comércio setorial como um todo e acredita que está na hora dos empresários brasileiros manterem uma presença mais forte no mercado árabe. “Vejo o interesse de uma região rica, de alto poder de consumo e que temos que trabalhar”, disse Diniz à ANBA.
No caso das exportações brasileiras, o aumento da quantidade de produtos exportada acompanhou o crescimento das receitas, o que indica uma real ampliação da demanda. Os principais itens embarcados pelo Brasil, segundo Diniz, foram fibras de algodão, denim, fibras de acetato e sisal. “Nosso denim, por exemplo, é da melhor qualidade”, afirmou.
Ele disse que o aumento do comércio é conseqüência também de um maior conhecimento dos mercados e do esforço exportador dos empresários brasileiros. Para Diniz, brasileiros e árabes têm que aproveitar suas afinidades para ampliar os negócios. “Este é um mercado que tem que evoluir e vai”, concluiu.
Os principais destinos das exportações brasileiras no mundo árabe foram o Egito (US$ 11,1 milhões), Emirados (US$ 7,4 milhões), Arábia Saudita (US$ 4 milhões), Marrocos (US$ 2,4 milhões) e Tunísia (US$ 1,7 milhão).