Omar Nasser, da Fiep*
Curitiba – As vendas da indústria paranaense no primeiro bimestre de 2007 subiram 7,67% em relação ao mesmo período de 2006. Causa importante desta expansão foi o desempenho das exportações, que aumentaram 22,95%, puxadas pelo desempenho positivo de onze dos dezoito gêneros pesquisados. Os dados constam da pesquisa Indicadores Conjunturais, realizada pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Os resultados das vendas acompanharam o desempenho da produção. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial do Paraná em fevereiro subiu 2,6% em relação a janeiro. Em relação a fevereiro de 2006, a alta foi de 8,3% e, no primeiro bimestre, a expansão acumulada foi de 5,7%. Os índices ficaram bem acima da média brasileira, que foram de 0,3%, 3,0% e 3,8%, respectivamente.
Uma parcela crescente da produção do Paraná está sendo direcionada para o mercado árabe. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que, somente no primeiro bimestre deste ano, o estado exportou US$ 66,3 milhões para os países do Norte da África e Oriente Médio, o que significa uma expansão de 50% em relação ao início da década.
No primeiro bimestre de 2001, o Paraná exportou US$ 44,2 bilhões para a região. Os principais produtos industrializados no Paraná consumidos pelos árabes são carnes de aves, carne bovina, óleo de soja e açúcar.
Otimismo
O prognóstico para a indústria paranaense em 2007 é positivo, avaliam os analistas da Fiep. A expectativa é de que esse ano as vendas alcancem ou até superem o nível registrado em 2002, o melhor da série histórica pesquisada pela entidade.
"O campo continua impactando positivamente a indústria dedicada ao fornecimento de uso agropecuário (implementos agrícolas, adubos, fertilizantes, etc.)", observa Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep. Outro segmento favorecido pelo desempenho positivo da agropecuária é a indústria alimentar, que emprega como insumo os bens produzidos no meio rural.
De acordo com o economista, algumas cotações internacionais de commodities estão favorecendo o campo paranaense e, indiretamente, o comportamento da indústria. Ele cita o aumento dos preços da soja (12,91%) e milho (4,93%). Os preços do suco de laranja apresentaram leve queda, de 2,34%. Mantêm-se, contudo, acima da média histórica. Em 2006, sua elevação foi de 60,74%.
Uma das principais queixas do empresariado brasileiro, a defasagem cambial, parece ter deixado de ser um problema relevante para alguns setores da indústria do Paraná. Schmitt lembra que houve um grande esforço de agregação de valor e busca de novos mercados, o que neutraliza, em alguma medida, os efeitos negativos da cotação do dólar.
Por outro lado, continuam fortes os indícios de que a economia mundial continuará a crescer, favorecendo maior inserção da indústria brasileira – e paranaense – no cenário internacional.
*Federação das Indústrias do Estado do Paraná