São Paulo – Os projetos de investidores estrangeiros na África passaram de 338 no ano de 2003 para 633 em 2010, com aumento de 87%, segundo estudo realizado pela consultoria britânica Ernst & Young chamado "Atratividade da África". Os dados, divulgados pela agência de notícias africana Panapress, se referem a projetos novos e indicam que o continente é atrativo para investidores estrangeiros, apesar da crise econômica mundial.
Do total de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) feito no período, 70% foi para dez países africanos: África do Sul, Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia, Nigéria, Angola, Quênia, Líbia e Gana. Ou seja, cinco deles (Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia) são árabes. Houve aumento de 21% nos investimentos feitos pelos africanos no próprio continente, segundo o levantamento, mas esse fluxo interno é ainda menor do que em outras regiões.
De acordo com o estudo, a tendência de crescimento dos investimentos estrangeiros na África será mais forte a partir do próximo ano, com fluxos chegando a US$ 150 bilhões até 2015. Segundo a pesquisa, 42% dos investidores planejam investir mais na região nos próximos anos e 19% disse que dará continuidade às suas atividades no continente.
No período de 2003 a 2010, os países emergentes representaram 38% dos investimentos, com aumento de 100 projetos para 240 em 2010. Ou seja, houve alta de 13%. Os países desenvolvidos, principalmente Europa e América do Norte, foram mais contidos. Os norte-americanos, porém, são otimistas sobre o potencial da África como destino de capitais e os Europeus acreditam que o desenvolvimento da região estagnou nos últimos anos.
Os estrangeiros afirmam que vão investir principalmente na indústria extrativa do continente. Vislumbra também, porém, setores com potencial de crescimento como turismo, produtos de consumo, construção, telecomunicações e serviços financeiros. Segundo a Ernst & Young, a velocidade atual dos investimentos não reflete a atratividade real e os retornos sobre aportes do continente, que tem as taxas entre as mais elevadas do mundo.