Da Agência Brasil
São Paulo – O envio de remessas do Brasil para o exterior, destinadas ao investimento financeiro tanto de pessoas físicas quanto jurídicas, cresceu 36,2%, no acumulado de 2006, segundo levantamento divulgado hoje (04) pelo Banco Central. No período, as movimentações alcançaram US$ 152,2 bilhões. Esse volume é o maior já registrado desde 2001, quando atingiu US$ 68,5 bilhões.
Em 2006, o volume de depósitos soma US$ 17,2 bilhões e os Estados Unidos continuam sendo o país líder no total de ativos recebidos, com participação de 47,8%, seguido pelo Reino Unido com 22,1% e as Ilhas Cayman com 8,7%.
Os dados constam do levantamento sobre Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), realizado pelo Banco Central, com base na declaração feita sobre os estoques de ativos de residentes no país. Esse foi o sexto levantamento realizado desde 2002, que aponta as movimentações a partir de 2001. O estudo indica ainda que cresceu, em 2006, o número de declarantes, passando de 12.366 para 13.404. Desse universo, l.589 são pessoas jurídicas e 11.815 pessoas físicas.
De 2001 a 2006, conforme o estudo, houve um avanço gradativo das movimentações. Entre os destaques, em 2006, está o salto dos investimentos diretos com participação acionária superior a 10% no capital de empresas (US$ 97,7 bilhões). Desse total, a maior parte US$ 20,3 bilhões teve como destino as Ilhas Cayman, seguida por Bermudas (US$ 15,1 bilhões), Dinamarca (US$ 10,4 bilhões), Ilhas Virgens Britânicas ( US$ 10,3 bilhões) e Bahamas (US$ 9,3 bilhões).
Ainda referente aos investimentos brasileiros diretos a partir de 10%, o relatório cita a tendência dessas movimentações no setor terciário da economia. "Nesse setor, os maiores registros foram verificados em serviços prestados principalmente às empresas, com US$ 50,6 bilhões, e intermediação financeira, inclusive seguros e previdência privada, com US$ 20,5 bilhões. Esses dois grupos de atividades concentraram 72,8% do total declarado para o setor terciário. A grande concentração dos recursos foi constatada na prestação de serviços à empresas (US$ 50,6 bilhões) e intermediação financeira (US$ 20,5 bilhões)", afirma o relatório.
De acordo com os dados, é crescente o ingresso dos investimentos em novos países, que em 2006 foram feitos em 160 nações.