São Paulo – A economia da Jordânia apresentou melhoras consistentes em alguns dos seus principais indicadores em 2013. Por outro lado, o dia a dia dos jordanianos ainda está longe do ideal e não acompanhou a evolução do país. O desemprego é superior a 12% e os custos altos privilegiam os ricos. É o que indica um relatório sobre a economia jordaniana divulgado nesta sexta-feira (04) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), após uma delegação da instituição se reunir com autoridades locais entre 04 e 19 de março. O Fundo discutiu também a liberação de parcelas de um empréstimo assinado em 2012, o que deverá ser feito até o fim deste mês.
De acordo com o documento, em 2013 o Produto Interno Bruto (PIB) da Jordânia cresceu 3%, impulsionado pelos setores financeiro, de telecomunicações, comércio e construção. A inflação se estabilizou em 3% e o déficit em conta corrente ficou abaixo de 10% do PIB. As reservas internacionais cresceram e atingiram “nível confortável” para garantir cinco meses de importações. Os motivos que levaram às melhorias nestes indicadores foram, principalmente, queda nas importações de energia e maior receita das instituições particulares.
No comunicado, o FMI prevê que o crescimento será de 3,5% neste ano e depois, subirá para 4,5%. A inflação em 2014 será de aproximadamente 2,5% e o déficit em conta corrente cairá para 4,5% do PIB. “Perspectivas de risco permanecem elevadas, muito relacionadas ao conflito na Síria e interrupções nas importações de energia”, alerta o FMI.
Se a situação econômica melhorou do país no último ano, o mesmo não ocorreu com a população. O documento afirma que melhorias precisam ser feitas para beneficiar todos os jordanianos. “O foco deve ser alcançar uma distribuição justa dos encargos e proteger os mais vulneráveis. Os benefícios de baixos preços dos serviços públicos e baixos impostos sobre a renda têm se acumulado desproporcionalmente entre os mais ricos. Reformas nos preços dos serviços públicos e na cobrança de impostos são essenciais para um equilibrado esforço de consolidação fiscal”, alerta a delegação do FMI.
A taxa de desemprego caiu de 14% na última década para 12,6% no ano passado, mas ainda é considerada elevada pelo FMI, pois entre os jovens e as mulheres é maior. Para que a Jordânia seja capaz de absorver os novos trabalhadores que entram no mercado, seu PIB precisará crescer 6,1% por ano, em média, até 2020.
O Fundo ainda recomenda que a Jordânia promova reformas no setor bancário, amplie a participação da mulher no mercado de trabalho, garanta a segurança de empréstimos, aperfeiçoe o clima de negócios e leis de falência. Também pede que o país aperfeiçoe o sistema de coleta de impostos e o investimento público.
No comunicado, o FMI afirma que revisou a linha de crédito assinada em 2012 com a Jordânia. Por meio deste contrato, o Fundo libera parcelas periódicas de um total de US$ 2 bilhões previstos. A Jordânia já recebeu US$ 1,043 bilhão e deverá receber até o fim deste mês outros US$ 264 milhões, correspondentes à quarta e à quinta parcelas. O dinheiro só é liberado depois que o Fundo revisa o desempenho econômico do país, como prevê o contrato.