São Paulo – A KRJ, empresa fabricante de conectores para rede elétrica, planeja aumentar suas exportações em 30% neste ano e o mercado árabe é uma das apostas para alcançar a meta. A indústria, que mantém sede no bairro da Vila Maria, na capital paulista, projeta também um crescimento de 50% na produção em 2013. “Sempre trabalhamos com previsões de vendas para três anos à frente e temos como meta o lançamento de dois novos produtos ao ano. Também estamos investindo no desenvolvimento de novos mercados, como exemplo o mercado árabe”, afirma Roberto Karam, um dos sócios da empresa, descendente de libaneses.
A KRJ chegou a fazer algumas vendas para o mercado árabe, para o Líbano e Jordânia, mas elas não foram muito relevantes. Se depender das ações de promoção iniciadas e previstas para a região, no entanto, as exportações devem decolar em breve. A empresa participa desde 2011 da Project Lebanon, feira do setor de construção em Beirute, onde vem fazendo a prospecção junto à empresa de distribuição de energia elétrica do país árabe, Eletricidade do Líbano (EDL), e onde mantém representante comercial, Usama Richami, para o Oriente Médio.
“Estamos intensificando os levantamentos do tipo de rede elétrica de distribuição de energia e número de consumidores para aferirmos o real potencial”, diz Karam, sobre o Líbano. Os produtos ofertados pela KRJ já foram homologados junto à Eletricidade do Líbano. A KRJ também já participou da feira Middle East Electricity, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no ano passado, e fez visitas a empresas de distribuição de energia elétrica da Jordânia e Emirados.
Há duas semanas engenheiros da Ideco – Irbid Electricity, empresa de distribuição de energia da Jordânia, estiveram na KRJ em visita para homologação da empresa e produtos. A KRJ vai participar novamente da Project Lebanon, de 04 a 07 de junho deste ano, com Karam, o funcionário responsável pela exportação, além de Richani. Eles permanecerão uma semana a mais na região para visitas comerciais a possíveis clientes na Jordânia e Emirados.
Os conectores fabricados pela KRJ são utilizados por empresas distribuidoras de energia elétrica. O produto serve para juntar dois condutores, o que sai do relógio de luz do consumidor e o da rede de distribuição de energia. A KRJ tem cinco famílias do produto. Todos possuem o efeito mola para garantir pressão constante nos condutores conectados, evitando mau contato e relaxamento eletro mecânico da ligação. A vida útil, a partir da instalação, é de 30 anos. A KRJ é conhecida no Brasil pela inovação. “Se o conector que conecta o consumidor à rede de distribuição falhar, este consumidor não terá energia elétrica”, diz Karam.
A KRJ fabricou em 2012 um total de nove milhões de peças e obteve faturamento de R$ 20 milhões. Há dez anos, no início das atividades da companhia, a fabricação era de três milhões de peças e a receita de R$ 750 mil. O aumento de 50% previsto para a produção se deverá em função do lançamento de novos produtos no ano passado: KBEX, KMED, KATRO e KTE. Seguindo a cartilha árabe, Karam ressalta que uma das medidas da empresa para manter o crescimento é fazer investimentos apenas com capital próprio, sem bancos. “Os sócios são os últimos da fila, em primeiro lugar o desenvolvimento da empresa. O passo para frente, porém, sempre do tamanho da nossa capacidade de geração de caixa”, afirma Karam.
As exportações da KRJ começaram em 2005 e estão concentradas na América Latina. No ano passado, elas representaram 15% do faturamento e neste ano devem passar para 20%. No mundo árabe, além do representante no Líbano, há um profissional que atua para a empresa na Jordânia, mas com a coordenação de Rachini. Karam acredita no potencial do mercado árabe para os seus conectores. “A existência de uma rede aérea de distribuição de energia, potencial de construção de novas moradias com financiamento do Banco Mundial e a reconstrução da rede elétrica destruídas nos conflitos”, cita o empresário como motivos que o levam a investir na região. Para obter mais informações sobre o mercado árabe, a KRJ se associou recentemente à Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Karam e KRJ
Também pesou na escolha de investir no mercado árabe, conta, a sua origem libanesa. O avô paterno de Karam, Fellippe Karam, nasceu no Líbano, na cidade de Khirbet Anafar, e veio para o Brasil em 1911. O bisavô por parte de mãe, Pedro Manoel Cherfên, era natural de Kartaba e chegou no Brasil em 1899. Os dois migraram em função dos conflitos locais. O empresário conta que em função da morte do avô e do pai, acabou perdendo os laços com a família no Líbano. Mas ainda mantém a tradição de comer os pratos árabes em ocasiões especiais. A mãe é escalada para a cozinha.
“Infelizmente aprendi pouco o idioma árabe e estou tentando resgatar um pouco de nossa história e laços familiares”, diz Karam. Ele lembra que o pai contava muito sobre um herói de guerra libanês, Youssef Bay Karam, e que pretende visitar um monumento construído em sua homenagem na sua próxima visita ao país.
A KRJ foi fundada em 2002, mas começou as suas operações antes com importação dos produtos, em uma parceria com a Kron Instrumentos Elétricos. Mais adiante, a empresa desenvolveu a sua própria engenharia e começou a fabricação, por meio de uma associação da Kron, a companhia de representação RuF e a Jaltec Tecnologia. Atualmente a KRJ tem sete sócios e é administrada por Karam, além de Fernando Marchetti Bedicks. Karam é engenheiro eletricista e Bedicks é engenheiro civil.
Contato:
KRJ Indústria e Comércio
(11) 2971-2300
www.krj.com.br