São Paulo – A Líbia voltou a crescer em 2012 e as situações política e econômica estão sendo aperfeiçoadas após a queda do ditador Muammar Kadafi, mas ainda há muito a ser feito para que o país tenha um crescimento econômico sustentado nos próximos anos. Essa é a principal avaliação feita por técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (8), um dia após uma delegação da instituição encerrar uma visita ao país do Norte da África.
De acordo com a nota, a economia líbia "excedeu os 100%" de crescimento em 2012 na comparação com um ano antes, o que reflete sua grande recuperação após o colapso econômico e político do país em 2011. O setor de petróleo e derivados, que é a principal atividade produtiva do país, está se recuperando e deverá voltar aos níveis anteriores à queda de Kadafi. O setor de não derivados de petróleo deverá crescer em média 15% ao ano entre 2013 e 2018. A inflação caiu em 2012 e encerrou o ano em 6%. Ainda segundo o FMI, em 2012 a entrada de moeda estrangeira na Líbia cresceu 11,5%.
Mesmo com estes sinais de recuperação e crescimento econômico, o país tem desafios grandes pela frente. No curto-prazo, afirma o comunicado do Fundo, a Líbia precisa continuar a promover transição política, garantir a segurança pública, manter o orçamento equilibrado, criar segurança jurídica e fornecer informações econômicas confiáveis.
O líder da delegação, Ralph Chemi, afirmou que há mais desafios no médio-prazo, como, por exemplo, desenvolver o mercado financeiro, aperfeiçoar e tornar mais transparente o gerenciamento dos recursos naturais e os fluxos de investimento estrangeiro. Ele também afirmou no documento que o país precisa reduzir a dependência dos hidrocarbonetos por meio de um crescimento econômico conduzido pelo setor privado.
O comunicado do FMI alerta que ao depender das receitas do petróleo, a economia líbia se torna vulnerável às quedas no preço da commoditiy e, por consequência, na sua arrecadação. Também observa que a necessidade de reconstruir a infraestrutura do país pode pressionar o equilíbrio orçamentário.