São Paulo – As negociações entre o Egito e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um empréstimo de US$ 4,8 bilhões ao país vão continuar nas próximas semanas, segundo informou o diretor da instituição para o Oriente Médio e Ásia Central, Masood Ahmed, que esteve no Cairo no domingo (17).
“É bem-vinda a determinação das autoridades em seguir com o programa de reformas econômicas que pretende enfrentar estes desafios (econômicos e financeiros) de uma maneira socialmente equilibrada”, disse Ahmed, de acordo com nota do FMI.
As duas partes chegaram a firmar um acordo em novembro do ano passado, mas o governo egípcio suspendeu sua implementação em meio a protestos populares ocorridos em dezembro. Há receio de que a imposição de medidas de austeridade recomendadas pelo fundo, especialmente o aumento de impostos, gere mais instabilidade no país.
A visita de Ahmed representou a retomada das negociações. Ele afirmou que o Fundo continua “comprometido em apoiar o Egito nesta missão”. “Nós concordamos que as discussões vão seguir de maneira diligente nas próximas semanas, com o objetivo de chegar a um acordo sobre a possibilidade de suporte financeiro do FMI”, declarou, segundo a nota.
Além da resistência dos egípcios em aplicar medidas impopulares, há outra variável no caminho do acordo: as eleições parlamentares, que estavam marcadas para o mês que vem, mas foram suspensas por decisão da Justiça. Ao mesmo tempo, o país precisa de recursos para financiar suas contas externas. Uma equipe técnica do Fundo será responsável pelas discussões com o Egito na próxima fase das negociações.
No Cairo, Ahmed esteve com o primeiro-ministro Hisham Kandil, o presidente do Banco Central, Hisham Ramez, o ministro das Finanças, Al Mursi Hegazy, e o ministro do Planejamento e Cooperação Internacional, Ashraf Al-Araby.