São Paulo – Ele vive entre rendas, tules, sedas, véus, mantilhas. Adora o que faz, coleciona boas histórias e se emociona ao ver mãe e filha com os olhos cheios de lágrimas na hora da primeira prova. Ainda que essa cena faça parte do seu cotidiano desde a infância, quando acompanhava o trabalho da mãe à frente de lojas de vestidos de noiva em Adma, no Líbano.
Nascido naquele país, onde ainda vive a sua família, Lucas Anderi foi um dos pioneiros na abertura de empresas especializadas na venda de figurinos importados para mulheres a caminho do altar na capital paulista. Dono da Cymbeline, de modelos franceses, e da Rosa Clará, de artigos vindos da Espanha, ele abriu, em agosto, o Atelier Blanc, com peças próprias e ainda opções assinadas pelos estilistas Fause Haten e Carolina Herrera (como representante exclusivo no Brasil).
“Sou libanês, gosto de comércio. E o mercado de casamentos é muito bom, só cresce”, explica Lucas. No caso dele, a expansão dos negócios na Cymbeline e Rosa Clará foi de 25% ao ano nos últimos três anos. “Isso sem falar que eu vivo no mundo das noivas desde criança, desde a barra da saia da minha mãe, que sempre trabalhou com isso”, conta.
Dos três empreendimentos, todos na região dos Jardins, a Cymbeline é especializada em modelos mais “românticos”. A Rosa Clará, faz mais o gênero “mulherão”, enquanto o novíssimo Atelier Blanc, mais autoral, dá espaço às criações do próprio estilista, além de Fause Haten e Carolina Herrera. “Eu sou clássico, não gosto de produções muito fashion para casamentos”, afirma. “Gosto de modelos que as noivas vão ver no álbum anos depois e ainda achar bonito”, conta. Em média, os preços cobrados nas três casas variam entre R$ 5 mil e R$ 13 mil por vestido.
O empresário veio parar no Brasil por incentivo de um irmão, Rami, que já morava no país. E aqui se formou em Comércio Exterior. Sem qualquer sotaque estrangeiro, atende muitas noivas da comunidade árabe em suas lojas. E já vestiu de branco, ou “off White” (tipo de branco de aspecto mais envelhecido), oito primas. “Todas fizeram questão de encomendar os figurinos comigo”, conta.
Se o assunto são as cerimônias de matrimônio, aliás, Anderi tem entre as suas relíquias as luvas que a sua mãe usou quando casou. “Ela optou ainda por um vestido rendado, com manguinhas e gola canoa”, lembra.
Os momentos familiares das clientes, principalmente aqueles entre mãe e filha, são registrados com o mesmo carinho. “A noiva sente que vai casar de fato quando prova o vestido e se vê no espelho, na loja”, diz. “É nessa hora que todos se emocionam”.
Em Paris
Mais histórias dignas de nota? “Certa vez, um noivo tirou as medidas da namorada, comprou um vestido, levou na mala numa viagem a dois para Paris e lá anunciou para a parceira que eles se casariam na cidade”, diz Anderi. “Também já atendemos noivas que, no segundo casamento, encomendaram o vestido conosco outra vez.”
Para estar ainda mais presente no casório de suas clientes, Anderi desenvolveu, no Atelier Blanc, uma linha de jóias e acessórios. “Uso pedras brasileiras como o quartzo nessas produções”, conta. Outra novidade são os sapatos próprios para a ocasião. Com o detalhe do solado azul bebê. “Para ajudar a colocar em prática aquele ditado dos EUA que diz que, para ter sorte, toda noiva deve usar, em seu figurino, alguma coisa nova, alguma coisa velha, alguma coisa emprestada e alguma coisa azul”, diz.
A recomendação está registrada numa das paredes do Atelier Blanc. Em letras azuis, claro, como uma orientação e um carinho do libanês das noivas para todas as mulheres que já vestiu e ainda vai vestir de branco futuro afora. Saiba mais no vídeo abaixo.
Contato
Atelier Blanc
Telefone: +55 (11) 3064-0185
www.atelierblanc.com.br