São Paulo – A Organização Mundial do Turismo (OMT), agência das Nações Unidas, mostra, em relatório divulgado este mês, que há uma “clara” reversão do declínio do turismo observado no primeiro semestre em países como Egito, Tunísia e Japão. Os dois primeiros estão no epicentro da chamada Primavera Árabe e o último foi atingido por violentos terremoto e tsunami no início do ano.
“Estamos muito entusiasmados em ver a demanda crescer em destinos turísticos tão importantes e apelamos por um apoio continuado a esses países, que hoje estão totalmente preparados para receber viajantes do mundo todo”, disse o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, segundo nota da entidade.
A notícia é importante, uma vez que o turismo no Norte da África sofreu bastante com as revoltas populares que eclodiram na região. O número de visitas, segundo a OMT, caiu 13% no primeiro semestre de 2011, em comparação com o mesmo período do ano passado. Vale lembrar que o setor responde por uma fatia considerável das economias do Egito e da Tunísia.
Nem todas as nações norte-africanas, porém, foram atingidas. O Marrocos, de acordo com o Ministério do Turismo local, recebeu 5,8 milhões de visitantes nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 3,4% sobre o mesmo período de 2010. O faturamento do setor foi de US$ 4 bilhões, um crescimento de 9,6% na mesma comparação.
No Oriente Médio, o turismo sofreu também com a Primavera Árabe. No primeiro semestre do ano passado, as visitas à região haviam aumentado 15% em relação aos seis primeiros meses de 2009. Foi a região que mais cresceu então. Em 2011, no entanto, o fluxo diminuiu 11%.
Este ano, a América do Sul tomou o lugar do Oriente Médio como região onde o turismo internacional mais avançou no primeiro semestre. De acordo com a OMT, o número de visitas aumentou 15,4% em comparação com o mesmo período de 2010.
No continente americano como um todo, o avanço do turismo no primeiro semestre foi de 6%, com as Américas do Norte, Central e o Caribe crescendo bem menos do que a região sul. Já em 2010 o desempenho sul-americano havia sido melhor do que os das outras partes do continente.
No mundo todo, o turismo internacional avançou 4,5% no período de janeiro a junho e o número de visitas chegou a 440 milhões. Para Rifai, esse desempenho em um período turbulento, com revoltas no mundo árabe, catástrofe no Japão e crise na economia global, coloca o valor do setor em evidência e “reforça o nosso apelo para que o turismo seja considerado prioridade nas políticas nacionais”.
“O turismo pode ter um papel central no crescimento econômico e no desenvolvimento, especialmente em um momento em que muitas economias, na maior parte da Europa e na América do Norte, batalham para se recuperar e gerar empregos”, declarou o executivo.
Até o final do ano, porém, é possível que haja uma diminuição do ritmo de crescimento do turismo global por causa do recrudescimento da turbulência econômica na Europa. “Nós devemos ser cautelosos, já que a economia mundial mostra sinais crescentes de volatilidade”, declarou Rifai.