Alexandre Rocha
São Paulo – As exportações do Distrito Federal (DF), onde está localizada a capital brasileira, Brasília, renderam quase US$ 60 milhões no ano passado. Embora o volume seja pequeno, as vendas externas do DF foram as que mais cresceram em 2005 entre os estados brasileiros: um total de 106,8%, segundo dados da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra). E um detalhe: os principais destinos dos produtos brasilienses no exterior foram os países árabes.
Isso se explica pelo fato de que a principal mercadoria exportada pelo DF é, de longe, a carne de frango, e as nações árabes são o maior mercado do frango brasileiro. Para se ter uma idéia, de acordo com informações da Fibra, só a Sadia, que tem uma unidade em Brasília, foi responsável por 57,28% do total exportado pela região entre janeiro e novembro do ano passado.
O Kuwait e a Arábia Saudita ocupam, respectivamente, a primeira e a segunda colocações entre os principais destinos das mercadorias brasilienses. Na lista dos 10 maiores importadores entre janeiro e novembro ainda aparecem outras quatro nações árabes: Emirados Árabes Unidos, no 5° lugar; o Iêmen, em 6°; o Catar, em 8°; e a Líbia, em 10°.
"Os árabes são excelentes clientes de Brasília", comentou o presidente da Fibra, Antônio Rocha da Silva. Juntos, estes seis países árabes adquiriram mais de 55% de tudo o que o DF exportou entre janeiro e novembro de 2005.
Houve uma mudança significativa nos destinos dos produtos brasilienses. "Até meados de 2004, os Países Baixos, notório ponto de entrada de produtos na Europa, era o maior destino das exportações do DF, depois a Arábia Saudita tornou-se o mais importante destino e, atualmente, tal papel é desempenhado pelo Kuwait", diz a edição de dezembro do informativo mensal do Centro Internacional de Negócios da Fibra.
A diversificação de destinos foi justamente um dos motivos apontados para o crescimento das exportações brasilienses: foram nove novos mercados nos primeiros 11 meses do ano passado. Além disso, de acordo com a Fibra, 20 novas empresas passaram a exportar e 48 novos produtos foram incluídos na pauta. Atrás do frango, a segunda mercadoria mais vendida pelo DF ao exterior é a soja processada por empresas como a Cargill.
Silva destacou, porém, que, embora ainda com pouca participação, outros produtos estão começando a ganhar força, como os softwares, os móveis e itens de vestuário, especialmente moda praia criada para mercados europeus.
Rumo aos US$ 100 milhões
Na avaliação do presidente da Fibra, as exportações do DF deverão chegar a US$ 100 milhões em 2006. Se isto se confirmar, será um novo salto, de 66%. Uma das apostas são as pequenas empresas. "Estamos trabalhando em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) na promoção de cursos que mostram o potencial do mercado externo", declarou.
De acordo com ele, representantes de 300 empresas de pequeno porte participaram destes cursos em 2005. "É uma grande alavanca", acrescentou Silva.