Isaura Daniel
São Paulo – O Pará aumentou em 452% as suas exportações para o mundo árabe entre janeiro e maio deste ano. O estado saiu de um faturamento de US$ 13,3 milhões com vendas para a região nos cinco primeiros meses de 2005 para US$ 73,9 milhões no mesmo período deste ano. Os produtos que responderam pela maior parte das exportações foram alumina calcinada, matéria-prima usada na produção de alumínio, que é explorada no estado pela Vale do Rio Doce, bovinos vivos, minério de ferro e carnes desossadas de bovinos.
De acordo com o diretor da área de comércio da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Pará, Raul Tavares, assim como em todo Brasil, também no estado está havendo um esforço para diversificar os destinos das exportações. "O mercado árabe é novo, está sendo descoberto agora", diz o diretor. O Pará foi o oitavo estado brasileiro que mais exportou para os árabes entre janeiro e maio. Nos mesmos meses do ano passado, ele estava bem abaixo, na décima terceira posição.
As vendas para o mundo árabe responderam por 3,5% de tudo o que o estado comercializou fora do país. Os paraenses faturaram US$ 2,2 bilhões com exportações do início do ano até o mês de maio, com crescimento de 19% sobre o mesmo período de 2005. Segundo Tavares, há um esforço conjunto do governo estadual e iniciativa privada para aumentar as exportações. Uma série de ações, como missões e participação de feiras no exterior, além de promoção de feiras internacionais dentro do estado, estão sendo feitas. "E há também o debate para difundir a cultura exportadora junto ao setor produtivo", diz o diretor.
O Pará também está se esforçando para diversificar a pauta exportadora e a economia local. Ainda há, no entanto, uma contribuição grande, nas exportações e na base produtiva do estado, de produtos básicos, como o minério. "Mas nos últimos dez anos também estão se inserindo na pauta produtos do setor madeireiro e novos produtos do setor agrícola e pecuário", diz Tavares. Ele cita, por exemplo, o couro e o gado vivo.
Alumina e gado vivo
De fato, grande parte das exportações do Pará para os árabes no período de janeiro a maio foi alumina calcinada – US$ 52,6 milhões. O gado vivo, porém, respondeu por US$ 12 milhões. Além de carne e minério de ferro, o estado exportou, em proporção menor, palmitos, dióxidos de silício, castanhas, madeiras, ferramentas, artefatos de madeira e pimenta. De acordo com Tavares, a tendência é que as exportações do Pará para o mundo árabe continuem crescendo. "Estamos olhando para o mercado árabe com boas perspectivas porque precisamos diversificar mercados", diz o diretor.
O Pará deve chegar ao final do ano com receita de US$ 5 bilhões com exportações, segundo Tavares. No ano passado, o estado teve faturamento de US$ 4,8 bilhões com vendas externas. Os maiores importadores foram Estados Unidos, Japão, China, Alemanha e Bélgica. Os mesmos países se mantiveram na lista de maiores compradores estrangeiros no início deste ano. Já entre os árabes, os que mais compraram produtos do Pará foram Egito, Líbano, Bahrein, Líbia e Arábia Saudita. Também Emirados, Kuwait, Tunísia e Catar importaram do estado.