Da Agência Brasil
Houston (Estados Unidos) – A Petrobras deverá fechar, até o mês de outubro, contrato para venda de 380 milhões de litros de álcool por ano para o mercado venezuelano – o equivalente a cerca de 30 milhões de litros por mês. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o acordo já está em fase final de negociação e deverá ter prazo de validade de dois a três anos.
"Já fizemos este ano três embarques para a Venezuela, totalizando cerca de 60 mil metros cúbicos (o equivalente a 60 milhões de litros) de álcool. A perspectiva é dobrar esse volume até o final do ano", afirmou Costa, que deu as declarações hoje (21), após palestra do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, para cerca de 500 executivos ligados ao Petroleum Club, em Houston, Texas. Na ocasião, Gabrielli recebeu o título de Cidadão Honorário de Houston.
Costa disse que a prioridade atual da Petrobras é exportar etanol para os mercados venezuelano e nigeriano (para onde já foram embarcados 20 milhões de litros), mas ressaltou que a empresa já abriu negociações para vender álcool para os Estados Unidos, um mercado em potencial de seis bilhões de litros.
“Ainda estamos negociando. É um mercado gigantesco, mas não temos ainda previsão de volume e de data para o fechamento do negócio”, afirmou Costa. Além disso, acrescentou, a Petrobras finaliza entendimentos para vender álcool em grande volume para o mercado do Japão, onde tem planos para adquirir também uma refinaria para processar petróleo pesado.
Na palestra de Gabrielli, foi apresentado o Plano de Negócios da companhia para o período 2007-2011. Ele falou sobre as principais atividades da estatal no Brasil e no exterior e detalhou os investimentos de cerca de US$ 87,1 bilhões para o período – dos quais US$ 2,7 bilhões para expansão das atividades de exploração, produção e refino nos Estados Unidos.
Gabrielli disse a jornalistas brasileiros que a Petrobras tem planos para colocar no mercado norte-americano os combustíveis renováveis que produz no Brasi. Ele explicou que, para isso, a companhia terá que equacionar uma série de limitações regulatórias colocadas pelo governo dos Estados Unidos como proteção aos renováveis.
“Se essas barreiras se modificarem, nossas perspectivas aumentam para a colocação de produtos brasileiros nesse mercado. Existem vários grupos empresariais americanos procurando parceiros no Brasil, inclusive a Petrobras também, e nós estamos investindo na infra-estrutura na exportação de álcool do Brasil para o exterior, que inclui também a possibilidade de exportar para os Estados Unidos”, concluiu Gabrielli.