Alexandre Rocha
São Paulo – A Petrobras e a Oil Search Limited, que se associaram para arrematar um dos campos de exploração de petróleo ofertados em licitação pelo governo da Líbia, vão investir no mínimo US$ 21 milhões na fase exploratória do negócio, prevista para durar cinco anos. As informações foram divulgadas hoje (01) pela estatal brasileira.
Conforme a ANBA noticiou hoje cedo, a Petrobras foi uma das vencedoras da primeira licitação internacional feita pela Líbia para a prospecção de 15 áreas de exploração de petróleo e gás em seu território (leia mais nos links abaixo). O contrato com a petrolífera nacional da Líbia (National Oil Corporation, NOC) será assinado até meados deste mês.
Apesar do consórcio formado com a Oil Search Limited, que tem sede em Papua Nova Guiné, a empresa brasileira será a "líder e operadora" do negócio, já que vai deter 70% de participação, contra 30% da associada. Os investimentos serão feitos também nessa proporção. Os US$ 21 milhões previstos são o valor mínimo. De acordo com a Petrobras, caso a prospecção revele um bom potencial de produção, o investimento poderá ser maior.
O bloco arrematado pela estatal brasileira é a "Área 18", formada por quatro blocos que somam 10.307 quilômetros quadrados, localizados no Mar Mediterrâneo na costa noroeste da Líbia, a profundidades que variam de 200 a 700 metros. A Petrobras é reconhecida internacionalmente por seu know-how na exploração de petróleo em águas profundas, a mais de 300 metros. Hoje a companhia produz petróleo em profundidades de até 1.884 metros. Durante a concorrência, a Petrobras apresentou ofertas para outras duas áreas de exploração.
A área arrematada é considerada favorável pela empresa, já que na mesma região estão em produção "campos gigantes de óleo e gás, como os de Bouri, Al-Jurf, Bahr Essalam, entre outros". Além disso, de acordo com a Petrobras, em blocos próximos já foram feitas também "descobertas importantes" de óleo e gás que ainda não estão em produção.
Na avaliação da companhia, tais fatores são bons indícios de que a "Área 18" pode ter jazidas comercialmente viáveis. Se isso se confirmar, o contrato com a NOC prevê um período de 25 anos de produção com direitos compartilhados com a estatal líbia.
Com a assinatura do contrato, a Líbia vai se tornar o quarto país africano a ter operações da Petrobras, além da Nigéria, Angola e Tanzânia. O acordo marca também o retorno da empresa ao mundo árabe, após ela ter interrompido suas operações no Iraque em 1980.