São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) do Marrocos será menor em 2014 do que neste ano, divulgou nesta quinta-feira (20) em Rabat, o Alto Comissariado de Planejamento do Marrocos (HCP, na sigla em francês). De acordo com a instituição, que é o escritório de estatísticas do país, no próximo ano o Marrocos terá uma safra agrícola menor, mais dificuldades de financiamento e enfrentará um ambiente externo mais adverso do que neste ano. A previsão é que o PIB do país cresça 2,5%. Em 2013, a expansão estimada é de 4,6%.
O governo marroquino prevê queda no PIB principalmente porque acredita que a demanda externa para o país em 2014 será menor do que em 2013. O escritório avalia que no ano que vem o PIB dos países ricos deverá avançar 2,2%, em média, enquanto a previsão para este ano é de crescimento de 1,2%. No entanto, estes países deverão procurar comprar matéria-prima “a um nível elevado” dos grandes emergentes e não do Marrocos.
Devido a este cenário externo, o Marrocos prevê que a maior parte do seu crescimento virá do mercado interno, especialmente a partir do consumo da população que, no entanto, deverá ser menor do que em 2013.
Investimento bruto e recursos provenientes da caderneta da poupança também deverão cair. O Alto Comissariado de Planejamento também prevê que em 2014 as reservas em moeda estrangeira serão suficientes para cobrir os gastos de três meses de importação. Em 2013, as reservas podem cobrir 3,7 meses de compras.
Dependência da agricultura
Embora o Marrocos tenha investido nos últimos anos no aumento da sua lavoura e na produtividade agrícola, a previsão é que a safra 2013-2014 deverá obter um faturamento 3,8% menor do que em 2013, quando a receita obtida com o setor cresceu 14,7% em relação a 2012.
Por outro lado, o Marrocos prevê para 2014 o crescimento dos setores não-agrícolas que, no entanto, não são suficientes para fazer o PIB crescer mais do que neste ano. A indústria deverá crescer 2,6% em 2014 e 1,8% em 2013. Já comércio e serviços têm crescimento previsto de 4,1% no próximo ano e de 3,8% neste ano.
O HCP afirma que o País precisa fazer reformas estruturais que lhe permitam aumentar os recursos em caderneta de poupança e a competitividade do país. O HCP também alerta que só se fizer estas reformas com “urgência” o país poderá crescer de forma sustentada nos próximos anos.