Da redação*
São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Bahrein cresceu 11,3% em 2006, de acordo com o relatório "Gulf Economic Forecast", publicado recentemente pelo banco HSBC. Em 2006, o PIB per capita do país foi de US$19.680, contra US$17.685 em 2005. O banco estima também que a taxa anual de crescimento econômico do país foi de 6,8% em 2006 e prevê que o nível de crescimento deverá se manter neste ano, com uma pequena redução para 6%. As informações são do site árabe de notícias Al Bawaba.
O relatório do HSBC informa que os setores da economia não ligados ao petróleo ganharam força e devem impulsionar o crescimento do país nos próximos dois anos. Apesar da previsão de desaceleração no crescimento anual, para uma média de 5,5% entre 2007 e 2008, o ritmo de crescimento ainda será significativo.
Descrevendo a trajetória do Bahrein como "a história positiva de uma economia que apresenta crescimento forte e com bases amplas", o relatório afirma que o balanço macroeconômico do país é muito saudável e deve permanecer forte. O HSBC aponta as estatísticas promissoras de geração de empregos, com a imensa maioria da demanda partindo do setor privado. O relatório informa, no entanto, que a maioria das novas vagas de emprego no setor privado continuam sendo ocupadas por expatriados.
Diante desse cenário de crescimento com bases amplas, o HSBC acredita que a pressão inflacionária deve continuar baixa, caindo de 3,2% em 2006 para 2,4% neste ano, de acordo com estimativas do banco, que prevê ainda uma queda para 2% em 2008.
Simon Williams, economista para o Oriente Médio do HSBC, disse que "a taxa de crescimento econômico do Bahrein vai sofrer uma pequena desaceleração nos próximos dois anos, mas essa é uma tendência em toda a região do Golfo".
De acordo com o relatório do banco, todas as economias do Golfo vão continuar a crescer em 2007, mas em um ritmo mais lento, em conseqüência da queda nos preços do petróleo após a alta recorde do ano passado e do efeito dos cortes na produção petrolífera determinados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Em seu relatório, o HSBC afirma que os governos da região vão avançar de forma lenta e constante nos processos de reformas, com o objetivo de gerar empregos e riqueza para suas populações, que crescem rapidamente.
"As restrições inerentes à condição de membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) e aos acordos bilaterais de livre comércio e a concorrência crescente dentro do próprio Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que inclui o Bahrein, Kuwait, Catar, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, estão levando esses países a implementarem reformas", disse Williams.
"O ano de 2006 foi excepcional", Williams disse, "e foi um ano de superação". Coletivamente, o PIB dos países do Golfo duplicou nos últimos quatro anos e esse "boom" teve seu auge em 2006. As perspectivas para o GCC ainda são positivas, mas o boom dos últimos quatro anos tende a sofrer uma desaceleração.
"Em uma base ponderada, estimamos que o crescimento real do GCC será superior a 5% em 2007 e 2008. Esses serão anos de consolidação dos ganhos que já foram obtidos. No curto prazo, o GCC vai solidificar o progresso obtido com a construção de economias que continuam baseadas na energia, mas que se tornaram muito mais diversificadas. A região construiu uma plataforma para crescimento que deve durar até o final da década", afirmou Williams.
Em uma análise individual dos países, o HSBC aponta o Catar como sendo o país de melhor desempenho na região. Os Emirados Árabes Unidos são o país mais atraente para os investidores e a Arábia Saudita continua forte, apesar de estar sujeita às tendências internacionais dos preços do petróleo.
"O GCC é hoje um mercado emergente dinâmico e abrangente", disse Williams. De acordo com as estimativas do banco, a economia do GCC como um todo tem hoje aproximadamente o dobro do tamanho da economia de países como Turquia, Argentina, África do Sul e Polônia – países que há muito chamam a atenção de investidores globais.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum