Omar Nasser, da Fiep*
Curitiba – A produção brasileira de álcool deve dobrar nos próximos cinco anos, passando dos atuais 16,7 bilhões de litros para 30 bilhões. Para atender à demanda crescente, o Comitê de Agroenergia e Biocombustível (CAB) prevê o acréscimo de 3 milhões de hectares de cana aos seis milhões plantados atualmente no Brasil. O Paraná deve continuar se destacando como um dos maiores produtores do país.
Os dados foram revelados no Workshop Feisucro Biocombustíveis/Paraná, que aconteceu em Curitiba na última segunda-feira (15/08). O evento antecede a Feira Internacional do Setor Sucroalcooleiro (Feisucro), que acontecerá em novembro, em São Paulo. Durante o workshop foi anunciado o investimento de cerca de US$ 5 milhões na instalação de uma planta de produção de biocombustível a partir do girassol em Campo Largo, a cerca de 30 quilômetros da capital paranaense.
Incentivo
O principal estímulo à expansão dos canaviais é o crescimento do interesse mundial por fontes renováveis de energia. O acréscimo de combustíveis de origem vegetal aos derivados de petróleo, além de contribuir com a preservação da qualidade do ar atmosférico, reduz o impacto do aumento do preço dos combustíveis fósseis sobre a economia, apontam analistas do setor energético.
Na esteira deste interesse crescente, novos investimentos surgem para a industrialização da cana-de-açúcar. O presidente da CAB, Maurílio Biagi, informa que cerca de 40 novas usinas estão em processo de implantação no país, das quais três no Paraná – nos municípios de Terra Rica, Paraíso e Colorado.
Na safra 2004/2005 o Estado se consolidou como o segundo produtor de cana do país, com uma área plantada de 354.830 hectares e uma colheita de 29 milhões de toneladas. O primeiro produtor nacional é São Paulo. No ano passado, segundo dados da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar), as 27 usinas paranaenses produziram 1,1 bilhão de litros de álcool e 1,8 milhão de toneladas de açúcar.
*Federação das Indústrias do Estado do Paraná