Isaura Daniel
São Paulo – A Randon, fabricante brasileira de implementos rodoviários, deve chegar ao final deste ano com crescimento de 11% nas suas exportações. A empresa espera faturar US$ 190 milhões com o mercado externo em 2006, de acordo com Astor Milton Schmitt, diretor corporativo da indústria. No ano passado a companhia teve receita de US$ 170,6 milhões com vendas no exterior. A Randon fabrica reboques e semi-reboques, além de caminhões especiais, vagões ferroviários, autopeças e sistemas automotivos.
As exportações para o mundo árabe devem crescer em proporção similar ao aumento das vendas externas da empresa em geral, segundo Schmitt. No ano passado, a América do Norte respondeu por um terço das exportações da companhia, os países do Mercosul, Chile e Bolívia pelo outro terço e a África, Oriente Médio e demais nações da América do Sul pelo outro terço. Ou seja, juntamente com alguns países sul-americanos, África e Oriente Médio gastaram US$ 56 milhões com produtos Randon.
As estimativas de crescimento das vendas da Randon são baseadas no bom desempenho da economia mundial. “O mundo está num momento de crescimento acelerado e os países emergentes com taxa de crescimento superior aos desenvolvidos. Como nossos reboques têm endereço final nos países emergentes, a tendência é de aumento”, diz Schmitt. As regiões de destino, porém, devem continuar respondendo pelos mesmos percentuais em 2006.
Conforme antecipou a ANBA na sexta-feira (09), a indústria gaúcha tem pretensão de abrir uma nova linha de montagem para reboques e semi-reboques nos Emirados Árabes Unidos. Segundo Schmitt, a unidade pode ser aberta nos Emirados ou em algum outro país árabe. No ano passado, a Randon abriu um escritório comercial em Dubai. A empresa também tem nos Emirados Árabes um agente com forte atuação, segundo Schmitt. No mundo árabe, ainda há unidades de montagem de carrocerias na Argélia e no Marrocos. Elas são enviadas em kits desmontados e montadas nos próprios países.
De acordo com o diretor corporativo da Randon, as dificuldades ocasionadas pela distância são o principal motivo da abertura de novas montadoras. “Há altos custos de logística para vender para aquela região. Cedo ou tarde temos que fazer em Dubai ou em outro país árabe uma unidade de montagem, a exemplo do que fizemos no Marrocos, Argélia, Quênia. Isso reduzirá os custos”, explica Schmitt. Os principais clientes da Randon, no mundo árabe, são Argélia, Iraque e Emirados Árabes Unidos. A empresa exporta para a maioria dos países árabes.
A Randon está passando por uma rápida expansão internacional. Em 2002, ela exportava apenas US$ 50 milhões, valor que passou a US$ 75 milhões em 2003, US$ 118 milhões em 2004 e US$ 170,6 milhões no ano passado. A empresa começou a exportar há 34 anos. A receita bruta da empresa, em 2005, foi de US$ 2,84 bilhões, 20,4% superior ao ano anterior. A matriz da Randon fica na cidade gaúcha de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. A empresa emprega 6,8 mil pessoas.