Da Agência Brasil
Brasília – O setor público não-financeiro registrou superávit primário (saldo positivo para pagamento de juros da dívida) de R$ 8,796 bilhões no mês de julho, incluindo os resultados alcançados por estados, municípios e empresas estatais. O número consta do relatório de Política Fiscal do mês passado, divulgado hoje pelo economista Luiz Sampaio Malan, chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central.
Ele disse que foi o melhor resultado mensal desde outubro de 1994, e adiantou que as contas do Tesouro Nacional, BC e Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) tiveram saldo de R$ 5,629 bilhões em julho, enquanto os governos regionais economizaram R$ 1,218 bilhão e as empresas estatais lucraram R$ 1,964 bilhão.
O resultado acumulado no ano aumentou para R$ 68,745 bilhões, dos quais o governo federal participou com R$ 46,026 bilhões, estados e municípios com R$ 14,921 bilhões e as estatais com R$ 7,798 bilhões.
O superávit acumulado no ano equivale a 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país. Melhor, portanto, que os R$ 52,796 bilhões contabilizados em igual período do ano passado e que correspondiam a 5,4% do PIB.
Ainda assim, esses recursos são insuficientes para cobrir as despesas com os juros da dívida, que somaram R$ 92,264 bilhões de janeiro a julho. Só no mês passado chegaram a R$ 12,136 bilhões, apesar do alívio em relação aos gastos com juros em junho (R$ 15,234 bilhões) e maio (R$ 13,711 bilhões).
O déficit (saldo negativo) real das contas públicas do setor não-financeiro chega, portanto, a R$ 23,519 bilhões no ano, ou 2,1% do PIB. Parcela que corresponde às necessidades de financiamento do governo, e que acumula R$ 51,3 bilhões dos últimos 12 meses (2,7% do PIB).