Brasília – Três milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos seis anos nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, o que corresponde a uma queda de 8,8 pontos percentuais na pobreza. Os dados são da pesquisa Pobreza e Riqueza no Brasil Metropolitano, divulgada hoje (05) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
O número de pobres era de 14,3 milhões em 2002, subiu para 15,4 milhões em 2003 e desde então vem caindo, tendo chegado a 11,3 milhões neste ano. Em termos percentuais, a evolução foi a seguinte: 32,9% em 2002, 35% em 2003 e a partir daí, uma queda contínua até os atuais 24,1%.
Os principais motivos, segundo o Ipea, foram o crescimento econômico, os ganhos do salário mínimo e as transferências do governo.
O nível de indigência seguiu o mesmo ritmo. Era de 12,7% em 2002 (5,5 milhões de pessoas), subiu para 13,7% em 2003 (6 milhões) e agora está em 6,6% (3,1 milhões).
Em 2003, o percentual de famílias mais ricas, com rendimento de 40 salários mínimos mensais ou mais, sofreu redução de 20%, voltando a crescer a partir de 2005. Segundo o Ipea, no ano passado, o percentual encontrava-se no mesmo patamar de 2002 e, neste ano, a tendência é permanecer estável.
A pesquisa revela, entretanto, que "todo o quadro favorável no que se refere à pobreza não evoluiu para a obtenção de ganhos de produtividade, em face da estabilidade econômica e dos ganhos com os aumentos do salário mínimo". De acordo com o Ipea, "os detentores dos meios de produção podem estar se apoderando de parcela crescente da renda nacional".