Alexandre Rocha
São Paulo – As exportações do estado de São Paulo para os países que compõem a Liga Árabe aumentaram em mais de 11% no ano passado, em comparação com 2002. É quase o dobro do crescimento registrado nas exportações do Brasil inteiro para a região (6%). No total, os produtores paulistas venderam para os árabes o equivalente a US$ 1,056 bilhão em 2003, contra US$ 950 milhões registrados no ano anterior. O valor corresponde a mais de 38% do que o Brasil inteiro exportou para os países árabes em 2003.
Entre os 30 principais destinos das exportações paulistas estão o Egito e os Emirados Árabes Unidos, respectivamente na 23.ª e 24.ª posições. Para o primeiro, as vendas somaram US$ 239,7 milhões, 34,61% a mais do que em 2002 e mais da metade de tudo o que o Brasil exportou para o país do Golfo.
No caso dos Emirados, as exportações paulistas somaram US$ 227,4 milhões, 4,31% a mais do que no ano retrasado e 41% do total exportado pelo Brasil para o país do Golfo Arábico.
Os Emirados e o Egito são, respectivamente, o segundo e o terceiro maiores parceiros comerciais do Brasil entre os países árabes, perdendo apenas para a Arábia Saudita.
Entre os principais produtos embarcados por São Paulo para os países da Liga Árabe estão o açúcar em primeiro lugar, seguido pela carne bovina, chassis com motores, tratores de lagartas e automóveis. Para o Egito, os principais itens vendidos foram açúcar, carne bovina, automóveis, chassis com motores e tubos de ferro e aço. Já no caso dos Emirados, as principais mercadorias exportadas foram açúcar, tratores de lagarta, chapas e tiras de alumínio, carne bovina e chassis com motores.
Já as importações feitas pelo estado dos países árabes em 2003 ficaram em US$ 590 milhões, representadas principalmente pelo petróleo. Houve uma queda em relação às compras externas efetuadas em 2002, que somaram US$ 787 milhões. O saldo na balança foi favorável a São Paulo em US$ 467 milhões em 2003.
Vendas globais
No geral, as exportações de São Paulo aumentaram 14,76% em 2003, em comparação com 2002. No ano passado, o estado colocou no mercado externo mais de US$ 23 bilhões em mercadorias e serviços, contra os US$ 20,1 bilhões registrados em 2002. A taxa de crescimento ficou abaixo da média nacional, que foi de 21,08%, um recorde histórico. O Brasil exportou em 2003 o equivalente a US$ 73 bilhões, contra os US$ 60,3 bilhões registrados em 2002.
Já as importações de São Paulo somaram US$ 20,3 bilhões em 2003, 2,4% a mais do que em 2002. O crescimento das compras externas foi maior do que o registrado na esfera nacional, que ficou em 2,16%. O aumento bem mais expressivo das exportações, porém, fez com que o saldo favorável a São Paulo na balança comercial aumentasse em mais de 10 vezes em comparação com 2002, ficando em US$ 2,76 bilhões.
Esse último dado é relevante, na avaliação do governo do estado, porque a balança comercial paulista registrou déficits entre 1994 e 2001, seqüência quebrada em 2002 e consolidada no ano passado.
Entre os principais produtos vendidos por São Paulo para o mundo estão os aviões, automóveis, suco de laranja, açúcar, carne bovina, telefones celulares, autopeças, gasolina, combustíveis e lubrificantes. Os principais mercados do estado são os Estados Unidos, seguidos da Argentina, México, Holanda, Chile, Alemanha, China, Bélgica, Itália e Rússia.
Agronegócio
Também houve um aumento considerável na balança do agronegócio paulista, setor que é considerado a mola propulsora das exportações brasileiras. No ano passado o saldo ficou em US$ 4,5 bilhões, contra os US$ 3,52 bilhões registrados em 2002, um crescimento de 28%, segundo informações da Secretaria de Agricultura do estado.
As exportações do setor em São Paulo somaram o equivalente a US$ 7,67 bilhões, valor 17,3% acima do registrado em 2002. O agronegócio respondeu por 33,23% do total exportado pelo estado em 2003.
De acordo com a secretaria da Agricultura, os principais destaques nas vendas externas do setor foram a carne bovina, açúcar e o suco de laranja.