Da Agência Sebrae
Brasília – De janeiro a novembro do ano passado, o valor acumulado com a exportação de mel brasileiro atingiu US$ 19,1 milhões. Esse resultado, em relação ao mesmo período de 2006, representa uma queda de 13,7% das exportações. No entanto, essa receita ainda é quase 17% superior aos valores exportados de janeiro a novembro de 2005 (US$ 16,3 milhões), quando o Brasil ainda não estava sob a imposição do embargo europeu.
Os principais estados exportadores de mel em 2007 foram São Paulo (US$ 6,65 milhões), Ceará (US$ 2,68 milhões), Rio Grande do Sul (US$ 2,62 milhões), Piauí (US$ 2,34 milhões), Santa Catarina (US$ 2,19 milhões), Paraná (US$ 1,32 milhão) e Rio Grande do Norte (US$ 865,55 mil). Este último estado obteve o maior aumento no valor das exportações (+ 43,2%) na comparação com o ano de 2006. Além do Rio Grande do Norte, outros dois estados tiveram ampliação nos valores exportados: Rio Grande do Sul (+16,6%) e Minas Gerais (+7,8%).
O preço médio praticado de janeiro a novembro do ano passado foi de US$ 1,63 por quilo de mel, superior ao US$ 1,59/Kg praticado no mesmo período de 2006. Nesse período, 89,7% das exportações brasileiras de mel foram destinadas ao mercado norte-americano (US$ 17,012 milhões). Vale lembrar que, desde 2005, o Brasil passou de sétimo para o quarto maior exportador de mel para os Estados Unidos.
Os dados constam do levantamento consolidado pelo consultor da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenador nacional da Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis), Reginaldo Resende. A referência é o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet (Alice-Web), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Reginaldo Resende aponta na análise que, embora o cenário para os próximos meses seja de estagnação do mercado, este quadro pode se reverter. Há indícios de que a Europa possa estar com um estoque de mel considerado baixo para o inverno europeu. Além disso, há o provável retorno das exportações de mel do Brasil para a Europa. Esse cenário é decorrente do aparente êxito da missão da União Européia que avaliou, em fevereiro do ano passado, a implementação do Programa Nacional de Controle de Resíduos.
“No entanto, para retornar as exportações para a Europa, o setor deverá se preparar para responder a outro desafio: a exigência de implantação do Sistema de Controle Crítico de Análise de Riscos (HACCP/APPCC)”, diz Reginaldo. Segundo ele, um outro complicador é a possível exigência de Serviço de Inspeção Federal (SIF) para as Casas de Mel fornecedoras para os entrepostos que pretendem exportar para a União Européia. “Na interpretação do setor exportador, isso extrapola as exigências da União Européia em relação ao HACCP”, conta.