São Paulo – O aumento de 11% no volume das exportações do frigorífico Minerva no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para compensar o efeito do câmbio sobre as contas da empresa, que encerrou o período com prejuízo de R$ 587,2 milhões. O câmbio afetou o desempenho financeiro porque parte das dívidas da empresa estão em dólar.
Segundo o balanço do primeiro trimestre do ano divulgado na noite de quinta-feira (30), a receita da empresa atingiu R$ 2,3 bilhões entre janeiro e março e foi 55,8% superior ao faturamento do mesmo período do ano passado. Desse total, R$ 757,2 milhões foram gerados pelo mercado interno e R$ 1,552 bilhão, pelo mercado externo. Em volumes, foram exportadas 55,1 mil toneladas. No mesmo período do ano passado, 49,7 mil toneladas foram embarcadas ao exterior.
“O desempenho do 1T15 ratifica nossa posição de Companhia exportadora, com foco em mercados emergentes, estratégia comercial adequada e gestão de risco e de canais eficiente, de modo a tirar proveito das oportunidades que a volatilidade cambial oferece aos exportadores”, afirmou o diretor presidente da empresa no balanço, Fernando Galletti de Queiroz.
A empresa observou, contudo, que as vendas para o Oriente Médio caíram. No primeiro trimestre do ano passado, representavam 20% do total exportado e no primeiro trimestre deste ano corresponderam a 14%. O motivo foi a queda nas vendas para o Irã ainda no fim de 2014, país da região que não é árabe e que passou a consumir mais frango produzido localmente. Por isso, a empresa afirma que redirecionou suas vendas para países da Ásia e do Norte da África, que têm consumo elevado e maior rentabilidade.
As exportações aos países da África se mantiveram estáveis e corresponderam a 17% do total em receita, com aumento nos volumes. O Egito, afirmou o comunicado da companhia foi “destaque” nos destinos dos produtos da Minerva. A empresa também observou no documento, que as exportações de carnes caíram no primeiro trimestre, no entanto apresentaram recuperação a partir de março. Além disso, o balanço da empresa afirma que países como Marrocos, Iraque, Cuba e África do Sul abriram seu mercado à carne bovina brasileira.